Neste sábado, em Díli, os sinos voltam a tocar em memória das mais de 200 pessoas que morreram no massacre de Santa Cruz e haverá uma marcha até ao cemitério. No Palácio do Governo será exibido o filme “Timor à procura”, do jornalista britânico Max Stahl. Foi ele quem filmou o que aconteceu no cemitério de Santa Cruz. E foi ele que continuou a filmar, até hoje, o nascimento do primeiro país do século XXI.
O seu novo filme mostra os passos dos médicos e antropólogos forenses da Argentina e da Austrália que têm procurado desvendar o que aconteceu às vítimas, e mostra também a entrega às famílias dos restos mortais das primeiras 12 pessoas identificadas. Mas no final mantém-se a pergunta: “Onde estão?”. Segundo o Comité 12 de Novembro, uma organização de apoio às vítimas, 74 pessoas foram identificadas como tendo morrido no massacre e outras 127 morreram pouco depois. Mas as famílias ainda não recuperaram os corpos dos que desapareceram.
Timor ainda está à procura, a câmara de Max Stahl continua ligada como naquele dia 12 de Novembro de 1991. O jornalista britânico é hoje um activista de passaporte diplomático no bolso, mudou-se para Timor-Leste, criou em Díli o Centro Audiovisual Max Stahl onde trabalham cerca de 30 pessoas para preservar cerca de 1300 horas de imagens sobre a resistência timorense e o nascimento do novo país. Porque aquele 12 de Novembro, diz, “nunca se poderá esquecer”.
Homenagem a Sebastião Gomes
Via Público