Que bela selecção é a portuguesa. Nunca foi tão pouco apoiada ou mais malfadada. Nunca Cristiano Ronaldo, apesar de todos os esforços, foi tão criticado. Não acrescento “injustamente” porque CR é sempre injustamente criticado.
Até agora direi mesmo que as duas melhores selecções são a alemã e a portuguesa. Jogam com a mesma alegria e o mesmo espírito colectivo, de amadores. A Alemanha nunca esteve a perder. Nem nunca perdeu. Mas Portugal perdeu mas esteve quase a empatar (contra a Alemanha) e esteve a perder mas acabou por ganhar (contra a Holanda). Isto significa que Portugal cresceu mais do que a Alemanha.
A má notícia, se a final, com um quê de sorte e outro quê de mérito, for, outra vez, Portugal contra a Alemanha, é que a Alemanha, uma vez mais, ganhará. Talvez. Porque a boa notícia é que já pensamos em Portugal como finalista. A próxima equipa que temos para derrotar é a República Checa – que é, em termos técnicos, altamente papável.
São os adeptos portugueses que perderam. Estão de castigo. Quase sozinhos, os jogadores da selecção mostraram-nos que não precisam de nós, nem das nossas expectativas aziagas.
Cristiano Ronaldo continuou a ser o herói que tem sempre sido. Marcou dois golos mas já poderia ter marcado mais três.
Estamos quase lá. Ora bem.
Por Miguel Esteves Cardoso
Retirado do Público