Os benefícios da aspirina têm sido sobretudo associados à prevenção de doenças cardiovasculares (Rui Gaudêncio)
Uma pequena dose diária de aspirina durante apenas três anos pode ajudar e reduzir em um quarto o risco de cancro e mesmo travar o seu desenvolvimento e processo de metastização. Esta é a conclusão de três estudos publicados no The Lancet esta semana.
Pesquisas anteriores já tinham provado o potencial da aspirina na prevenção do cancro mas focavam-se numa toma diária durante dez anos, o que levantou preocupações dos especialistas devido a eventuais efeitos secundários, nomeadamente problemas de hemorragias no estômago. Os novos estudos agora publicados, por investigadores do Reino Unido (Universidade de Oxford e do Hospital John Radcliffe), focam-se em apenas três anos de toma diária e reforçam os benefícios da aspirina na luta contra o cancro.
Os resultados de um dos artigos publicados mostram que uma toma diária de baixas doses de aspirina durante três anos pode levar a uma redução do risco de cancro de 23 por cento nos homens e 25 por cento nas mulheres. Por outro lado, concluíram ainda os investigadores, o risco de morrer de cancro diminui 15% (e em 37 % para os que prolongam esta toma durante mais de cinco anos). Os dados foram obtidos com a análise de 51 ensaios que testaram os efeitos de doses baixas de aspirina em pessoas com problemas cardiovasculares.
O outro estudo divulgado centra-se no efeito da aspirina nas metástases e conclui que este fármaco reduziu em 48% a proporção de cancros que se desenvolvem afectando outros órgãos. O fármaco reduziu ainda o risco de um diagnóstico de um tumor sólido já com metástases em 31% e, para doentes que já tinham sido diagnosticados com cancro, a redução do risco de metástases foi na ordem dos 55%.
Os especialistas acreditam que a relação entre a aspirina e a capacidade de abrandar o processo de metastização pode ser explicada com o efeito do fármaco no sangue (nas plaquetas). Os benefícios da aspirina têm sido sobretudo associados à prevenção de doenças cardiovasculares, existindo muitas pessoas que tomam uma dose (75 miligramas) todos os dias em nome da prevenção de ataques cardíacos e outros problemas. Porém, alguns especialistas defendem que esta estratégia só deverá ser usada por pessoas que estão em risco de sofrer um problema cardíaco devido aos possíveis efeitos secundários (perigo de hemorragias de estômago ou intestinos, por exemplo) da utilização deste fármaco a longo prazo.
Os resultados dos estudos agora publicados mostram que os benefícios da aspirina extravasam o mundo das doenças cardiovasculares e que este fármaco será igualmente (ou mais ainda) eficaz na prevenção do cancro. Estas publicações no The Lancet mereceram, no entanto, um comentário de peritos na mesma edição da revista que, apesar de sublinharem a importância dos resultados, invocam algumas limitações dos artigos apresentados nomeadamente a qualidade dos dados (de ensaios clínicos prévios) analisados. Ainda assim, os dois especialistas norte-americanos que comentam os artigos concluem: “Apesar destas reservas, fica convincentemente demonstrado que a aspirina parece reduzir a incidência e a morte por cancro”.
retirado do Público
O ministro da Saúde prepara-se para anunciar uma forte baixa do preço dos genéricos: vão passar a ser 50% mais baratos do que os medicamentos originais (de marca).
Trata-se de um ajuste de última hora entre a troika e o Governo, apurou o SOL junto de fonte governamental. No memorando de entendimento, estava previsto que os genéricos – que actualmente têm um preço inferior ao original em 35% – passassem a ser 40% mais baratos. «Houve uma revisão da medida porque havia margem para isso e agora têm de ser a metade do preço do original», explica fonte do sector.
Numa primeira fase, a medida será aplicada aos genéricos que entretanto entrem no mercado. Mas no próximo ano, quando se processar a revisão anual de preços, outros genéricos serão abrangidos por esta redução.
O presidente da Associação Portuguesa de Genéricos (APOGEN), Paulo Lilaia, diz ao SOL que desconhece a alteração: «Isso não faz sentido. O que estava previsto no memorando era que o primeiro genérico a entrar no mercado tivesse um preço 40% inferior ao do medicamento original».
Mas o ministro Paulo Macedo tem avisado, nos últimos dias, que vêm aí cortes elevados na área dos medicamentos, que segundo o Tribunal de Contas representam 21,8% dos gastos em Saúde. Aliás, fonte do gabinete do ministro refere que é com os genéricos que se irá «assistir ao maior valor de poupança».
E, na quarta-feira, numa visita ao Algarve, o governante alertou a indústria farmacêutica para o facto de ter de «participar no esforço de redução» de 500 milhões de euros na despesa com Saúde. E não só com a baixa dos preços dos genéricos. O ministro quer também, sabe o SOL, um novo sistema de determinação do preço da indústria, que equivale a rever as margens de lucro dos laboratórios.
Impedir juízes de suspender genéricos
Além disso, o Executivo está decidido a impedir que as farmacêuticas travem em tribunal a entrada de novos genéricos no mercado. Para isso, vai aprovar, em breve, legislação que impede os tribunais administrativos de suspenderem a autorização de introdução no mercado de genéricos. Isto na sequência de providências cautelares interpostas pelos laboratórios, que acusam as empresas de genéricos de violarem as patentes.
«Para nós, as patentes já expiraram. Mas, enquanto se discute essa questão em tribunal, não faz sentido que os juízes decretem a suspensão pois estão a tomar como verdadeira a versão de um dos lados», defende Paulo Lilaia, sublinhando que, neste momento, estão em tribunal mais de 800 genéricos referentes a 20 moléculas, o que equivale, assegura, a um prejuízo de 100 milhões de euros por ano para o Estado e os utentes.
Mas os laboratórios que produzem os originais alegam, explica fonte do sector, que «não faz sentido o Estado dar cobertura a ilegalidades». E garantem que a maioria dos genéricos «viola a patente, que impede a cópia dos originais».
Além de apostar nos genéricos – uma promessa feita por todos os ministros da Saúde nos últimos dez anos – , Paulo Macedo quer reduzir os gastos dos hospitais com medicamentos. O que será feito, revelou o ministro esta semana, através de «monitorização e orientações clínicas» para a prescrição de medicamentos no meio hospitalar.
«Há uma enorme anarquia. Na área dos antibióticos e na oncologia são precisas orientações clínicas mais concretas», explicou fonte médica ao SOL. Ou seja, a tutela, com a colaboração das entidades científicas e médicas, quer normas claras dos medicamentos a usar em cada situação, especialmente na área oncológica, sida e medicamentos biológicos. «Vão passar a dar os medicamentos mais baratos aos doentes», contrapõe um outro médico, preocupado com o efeito dos cortes na qualidade da saúde.
Via Sol
A Autoridade Nacional do Medicamento (Infarmed) ordenou hoje a “suspensão imediata” da comercialização de alguns lotes do medicamento Atarax, solução injectável, devido à detecção de fissuras nas ampolas que “podem pôr em causa a sua esterilidade”.
O Infarmed recebeu um alerta internacional, emitido pela agência belga, relativo à detecção de fissuras nas ampolas do medicamento Atarax, solução injectável, 100 mg/2 ml, que podem pôr em causa a sua esterilidade.
Entretanto, a empresa UCB Pharma (Produtos Farmacêuticos), informou o Infarmed que em causa estão os seguintes lotes: 30.041 (com a validade 30/06/2013), 37.014/2 (30/09/2015), 36.256/1 (28/02/2014), 37.014 (30/09/2015), 36.424 31/05/2014), 36.866/1 (30/04/2015), 36.671/1 (30/09/2014), 36.906 (30/04/2015), 36.671/3 (30/09/2014) e 36.783 (31/01/2015).
Em comunicado publicado no site oficial, o Infarmed informa que as entidades que possuam estes lotes de medicamento em stock “não o poderão vender, dispensar ou administrar, devendo proceder à sua devolução”.
Por precaução, aconselha os utentes que tenham embalagens destes lotes a não os utilizar.
O Atarax está indicado para o tratamento sintomático da ansiedade nos adultos, do prurido e na pré-medicação em cirurgia.
Via Público
A Organização Mundial de Saúde (OMS) revelou hoje a lista dos 30 medicamentos prioritários para a saúde de crianças e de mães e cujo acesso é essencial para diminuir o número de mortes consideradas evitáveis.
«Pela primeira vez a OMS publica a lista dos medicamentos prioritários para a saúde da mãe e do filho, e recomenda os fármacos mais importantes para salvar vidas», refere a Organização num comunicado hoje divulgado, em que acrescenta que «o acesso aos medicamentos apropriados é vital para prevenir os objectivos mundiais em matéria de saúde».
A OMS lembra que mais de oito milhões de crianças, que têm entre meses e cinco anos, morrem por ano devido a doenças como a pneumonia, a diarreia e o paludismo.
Por dia, refere a OMS, estima-se que morrem mil mulheres devido a complicações ligadas à gravidez e ao parto.
«Quase todas as mortes ocorrem em países em vias de desenvolvimento e poderiam ser evitadas se os medicamentos correctos estivessem disponíveis e fossem prescritos e tomados adequadamente», defende.
A OMS recorda que uma injecção de occitocina logo após o parto pode parar hemorragias e sangramentos - as principais causas de mortes maternas - «e fazer a diferença entre a vida e a morte».
Da lista dos 30 medicamentos prioritários - compilada por especialistas em saúde materno-infantil e em farmacologia - fazem parte, da secção dedicada às mães, fármacos para tratar infecções, hipertensão e doenças sexualmente transmissíveis, bem como medicamentos para evitar os partos prematuros.
De acordo com várias estimativas, a pneumonia mata por ano 1,6 milhões de crianças com menos de cinco anos. A OMS garante que o tratamento com antibióticos simples poderia evitar até 600 mil destas mortes.
Além disso, o acesso aos sais de hidratação oral e a comprimidos de zinco poderia evitar as 1,3 milhões de mortes de crianças que ocorrem anualmente devido à diarreia.
Estudos realizados em 14 países africanos demonstram que os medicamentos para crianças estão disponíveis em apenas 35 a 50 por cento das farmácias.
A lista dos 30 medicamentos prioritários menciona cinco fármacos que são necessários urgentemente, mas que ainda não existem, na prevenção e tratamento da tuberculose, em particular para as crianças infectadas com HIV e para a assistência aos recém-nascidos.
Via Sol
Medicamentos: Mais de 100 farmácias participam em recolha para ajudar os mais desfavorecidos
Lisboa, 11 fev (Lusa) -- Mais de 100 farmácias de todo o país vão aderir este sábado à terceira Jornada de Recolha de Medicamentos, com o objetivo de ajudar os mais desfavorecidos respondendo às suas necessidades de "produtos de saúde".
Luís Mendonça, presidente do Banco Farmacêutico (BF) e coordenador do projeto, salientou à agência Lusa que a recolha de medicamentos e produtos de saúde "deve ter em conta as necessidades dos organismos sociais da área abrangente", que este ano contempla 57 instituições de solidariedade.
Desde as primeiras jornadas que "o número de farmácias e voluntários tem vindo a crescer de forma muito significativa", o que revela "o positivo feedback das edições anteriores", salientou.
Luís Mendonça mostra-se "satisfeito" com o alargamento da iniciativa a Alentejo, Algarve e Ribatejo, mas, ainda assim, pretende "chegar mais longe, ao chegar mais perto de quem precisa".
Inês Oliveira, responsável pela farmácia da Pontinha, que participou nas edições anteriores da iniciativa e o fará agora também, disse à Lusa que o balanço tem vindo a crescer de ano para ano, pelo que antevê que a campanha de sábado seja um êxito.
No entanto, frisou, "apesar de os moradores da Pontinha não pertencerem a elevados estratos sociais, participam em massa em campanhas de solidariedade, o que deve ser ainda mais valorizado", defendeu.
Duarte Teixeira dos Santos, técnico da farmácia Central da Lapa, disse que as anteriores iniciativas "foram um êxito" e, por isso, o estabelecimento voltou a aderir à recolha de medicamentos e produtos de saúde, porque considera "um dever" ajudar a melhorar a vida dos mais "carenciados".
Também José Luís Segundo, da farmácia da Fuzeta, no Algarve, que pela primeira vez promove a ação, contou à Lusa que aderiu à iniciativa "com agrado". O responsável entende que "não está em causa o valor mas o gesto de cada um" e que o momento é de "grande necessidade e interajuda".
No sábado, entre as 09:00 e as 19:00, vão estar cerca de 250 voluntários à entrada das 106 farmácias aderentes, que prestarão os devidos esclarecimentos sobre a iniciativa, em que é possível adquirir produtos "não sujeitos a receita médica".
Caso o utente revele interesse em apoiar a ação, "o farmacêutico aconselha quanto aos medicamentos ou produtos mais necessários à instituição apoiada por essa farmácia", explicou ainda o presidente do Banco Farmacêutico.
A entrega dos medicamentos às instituições de solidariedade social será feita no próprio dia ou na semana seguinte à Jornada de Recolha de Medicamentos.
Nas duas edições anteriores foram doados "mais de dez mil medicamentos e produtos de saúde a 50 instituições de solidariedade social que apoiam mais de 30 mil doentes", informa a organização.
A terceira edição, à semelhança do ano passado, conta com o apoio da Ordem dos Farmacêuticos, da Associação Nacional de Farmácias, da LogistaPharma e de cada uma das farmácias aderentes.
No mesmo dia, a Jornada de Recolha de Medicamentos terá lugar em 3.200 farmácias espalhadas por toda a Itália e em 120 farmácias de Madrid e Barcelona, em Espanha.
Via Ionline