Quarta-feira, 16.05.12
Proximidade das férias leva os portugueses a querer ficar em boa forma rapidamente
Proximidade das férias leva os portugueses a querer ficar em boa forma rapidamente (Foto: Daniel Rocha)
Não há milagres nem super poderes dentro das embalagens à venda nos hipermercados e lojas de dietética, avisa a Deco Proteste que analisou 20 produtos que prometem o emagrecimento. Ordem dos Nutricionistas subscreve alerta.

Para eliminar os quilos a mais, a solução é mesmo uma dieta equilibrada e exercício físico. Quanto a tentar perder peso com os produtos para emagrecer arrisca-se a constatar que “só a carteira perde peso”. Esta é a conclusão do estudo divulgado pela Deco Proteste que foi buscar 20 produtos “para emagrecer” às prateleiras dos super e hipermercados e lojas de dietética, disponíveis nas secções “saudável” e “emagrecimento”. Os resultados da análise da composição e alegações anunciadas nos rótulos das embalagens servem de aviso aos consumidores: Alguns destes produtos não têm efeito, outros contêm substâncias diuréticas ou laxantes, incompatíveis com um emagrecimento real.

As “fórmulas” para emagrecer à venda nos supermercados “combinam plantas, frutos ou legumes, são enriquecidos com vitaminas ou sais minerais e reclamam super poderes contra os quilos em excesso”, explica o estudo da Deco Proteste que denuncia ainda que “para convencerem, recorrem a um discurso pretensamente científico, mas, com frequência, repleto de erros”. De acordo com a análise, alguns destes produtos contêm mesmo substâncias que, em elevadas concentrações, podem ser perigosas como é o caso dos estimulantes, que elevam o ritmo cardíaco. Além disso, nota, o preço é elevado variando entre 6 e 40 euros por embalagem.

“Alguns produtos analisados propõem o emagrecimento com o recurso a diuréticos e laxantes, que fazem perder água e fezes em vez de gordura. Outros contêm cafeína, substância estimulante, presente, por exemplo, no chá verde e no guaraná. Mas seriam necessárias quantidades elevadas para permitirem a perda de peso. E, em tais quantidades, existe o risco de alterações ao nível do batimento cardíaco”, alerta o resumo de estudo que desmascara estes produtos. 

Mas há mais avisos: Cuidado, por exemplo, com a típica “estratégia de sedução” usada nos rótulos das embalagens e que se apoia em “linguagem com aparência científica”. Exemplo? “Variam as diferenças morfológicas (metabólicas) individuais: obstipação, retenção de líquidos, excesso de apetite (...)”, cita a Deco Proteste para, em seguida, desmontar esta mensagem: “Uma coisa é a morfologia de um indivíduo (alto, baixo, etc.), outra as suas características metabólicas, ou seja, a forma como transforma e elimina, por exemplo, as gorduras e os hidratos de carbono”.

Além da ciência recorre-se também à estratégia do recurso a “substâncias ditas naturais” para convencer os consumidores. “A lista é vasta e varre desde o incontornável aloe vera até frutos exóticos brasileiros, como o açaí, passando pelo ginseng, típico da medicina oriental. Mas a eficácia real destas substâncias, nas doses propostas, está por demonstrar”, nota o estudo que adianta ainda que algumas destas plantas não estão isentas de riscos e que é preciso ter cuidado com interacções com outros medicamentos. 

Por fim, ficam ainda algumas dicas sobre sinais que devem servir de alerta: “Desconfie dos produtos ou dietas que prometam uma perda de peso fácil e sem esforço. Tenha o mesmo cuidado face a alegações de conhecimento científico, cura milagrosa, ingrediente com segredo e remédio tradicional. Termos como “sensação de saciedade” ou “termogénese” também devem fazer soar as campainhas. Produtos que afirmem ser seguros, sobretudo por conterem substâncias ditas naturais, ou incluam histórias não documentadas, com testemunhos de consumidores ou médicos, reclamando resultados fantásticos, são ainda de rejeitar”.

Depois de tudo isto resta uma conclusão: “Para perder peso e manter a saúde, a dieta deve ser variada, eliminar os alimentos hipercalóricos, contemplar 1200 a 1500 quilocalorias diárias e incluir exercício”, refere a Deco Proteste que aconselha os consumidores que querem eliminar os quilos a mais a calcular o índice de massa corporal (que relaciona peso e altura) e a consultar um especialista. Alerta dos Nutricionistas

A Bastonária da Ordem dos Nutricionistas, Alexandra Bento, subscreve o alerta da Deco Proteste. “Qualquer destes produtos implica riscos e deixa reservas se não for prescrito por um profissional”, refere sublinhando que “o excesso de peso é, em primeiro plano, uma doença e, por isso, necessita de uma avaliação por um profissional que pode ser um nutricionista ou dietista”. 

Segundo a especialista estas fórmulas são também muitas vezes inócuas alcançando apenas um efeito placebo. “Quando muito funcionam como factor motivador para operar uma mudança em hábitos alimentares e, aí, a única perda seria económica”, considera, lamentando as falsas expectativas e a pressa de quem quer perder peso. “O que as pessoas querem são milagres. Querem perder peso e já. Muitas vezes, estes produtos vendem isso com imagens perfeitas e até definem um horizonte temporal como o ‘perca x quilos em xtempo’”. 

Alexandra Bento insiste na importância da consulta de um nutricionista ou dietista e nota que no site da Ordem dos Nutricionistas está publicada a lista dos profissionais acreditados porque também na oferta destes serviços há pessoas sem formação que podem “vender gato por lebre”.

 

Noticia do Público



publicado por olhar para o mundo às 22:54 | link do post | comentar

Sexta-feira, 23.03.12
Os benefícios da aspirina têm sido sobretudo associados à prevenção de doenças cardiovasculares
Os benefícios da aspirina têm sido sobretudo associados à prevenção de doenças cardiovasculares (Rui Gaudêncio)

Uma pequena dose diária de aspirina durante apenas três anos pode ajudar e reduzir em um quarto o risco de cancro e mesmo travar o seu desenvolvimento e processo de metastização. Esta é a conclusão de três estudos publicados no The Lancet esta semana.

 

Pesquisas anteriores já tinham provado o potencial da aspirina na prevenção do cancro mas focavam-se numa toma diária durante dez anos, o que levantou preocupações dos especialistas devido a eventuais efeitos secundários, nomeadamente problemas de hemorragias no estômago. Os novos estudos agora publicados, por investigadores do Reino Unido (Universidade de Oxford e do Hospital John Radcliffe), focam-se em apenas três anos de toma diária e reforçam os benefícios da aspirina na luta contra o cancro. 

Os resultados de um dos artigos publicados mostram que uma toma diária de baixas doses de aspirina durante três anos pode levar a uma redução do risco de cancro de 23 por cento nos homens e 25 por cento nas mulheres. Por outro lado, concluíram ainda os investigadores, o risco de morrer de cancro diminui 15% (e em 37 % para os que prolongam esta toma durante mais de cinco anos). Os dados foram obtidos com a análise de 51 ensaios que testaram os efeitos de doses baixas de aspirina em pessoas com problemas cardiovasculares. 

O outro estudo divulgado centra-se no efeito da aspirina nas metástases e conclui que este fármaco reduziu em 48% a proporção de cancros que se desenvolvem afectando outros órgãos. O fármaco reduziu ainda o risco de um diagnóstico de um tumor sólido já com metástases em 31% e, para doentes que já tinham sido diagnosticados com cancro, a redução do risco de metástases foi na ordem dos 55%. 

Os especialistas acreditam que a relação entre a aspirina e a capacidade de abrandar o processo de metastização pode ser explicada com o efeito do fármaco no sangue (nas plaquetas). Os benefícios da aspirina têm sido sobretudo associados à prevenção de doenças cardiovasculares, existindo muitas pessoas que tomam uma dose (75 miligramas) todos os dias em nome da prevenção de ataques cardíacos e outros problemas. Porém, alguns especialistas defendem que esta estratégia só deverá ser usada por pessoas que estão em risco de sofrer um problema cardíaco devido aos possíveis efeitos secundários (perigo de hemorragias de estômago ou intestinos, por exemplo) da utilização deste fármaco a longo prazo. 

Os resultados dos estudos agora publicados mostram que os benefícios da aspirina extravasam o mundo das doenças cardiovasculares e que este fármaco será igualmente (ou mais ainda) eficaz na prevenção do cancro. Estas publicações no The Lancet mereceram, no entanto, um comentário de peritos na mesma edição da revista que, apesar de sublinharem a importância dos resultados, invocam algumas limitações dos artigos apresentados nomeadamente a qualidade dos dados (de ensaios clínicos prévios) analisados. Ainda assim, os dois especialistas norte-americanos que comentam os artigos concluem: “Apesar destas reservas, fica convincentemente demonstrado que a aspirina parece reduzir a incidência e a morte por cancro”.

 

retirado do Público



publicado por olhar para o mundo às 17:39 | link do post | comentar

Terça-feira, 03.01.12
As farmácias têm 90 dias para escoar o stock a preços antigos
As farmácias têm 90 dias para escoar o stock a preços antigos (Foto: Paula Abreu)

Os medicamentos genéricos com preço superior a dez euros vão ter de passar a custar metade do fármaco de marca com a mesma substância activa. A medida, publicada nesta segunda-feira numa portaria em Diário da República, entra em vigor a partir de terça-feira, mas as farmácias têm 90 dias para escoar o stockcom preços antigos – o que significa que na prática só em Abril todos os utentes poderão sentir a redução.

 

A portaria conjunta dos ministérios da Economia e Saúde, assinada pelo secretário de Estado do Empreendedorismo, Competitividade e Inovação, Carlos Oliveira, e pelo secretário de Estado da Saúde, Manuel Teixeira, surge na sequência de um decreto-lei de Novembro que estabeleceu o novo regime de preços dos medicamentos de uso humano sujeitos a receita médica e dos medicamentos não sujeitos a receita médica mas comparticipados e que se traduziu numa baixa generalizada dos preços, em linha com o memorando de entendimento assinado com a troika (Fundo Monetário Internacional, Comissão Europeia e Banco Central Europeu).

O documento vem agora concretizar que todos os anos, até 15 de Dezembro, os titulares da autorização de introdução no mercado (AIM) do medicamento, ou os seus representantes legais, devem apresentar a lista dos preços a praticar a partir de 1 de Janeiro no ano seguinte.

É nesta altura que é feita a comparação entre o preço praticado em Portugal e aquele que vigora nos países que nos servem de referência. Se o preço nos outros países for mais baixo, o preço em Portugal também tem de baixar. Mas a regra não se aplica se em causa estiver uma subida de preços.

A única excepção prevista pela portaria diz respeito aos medicamentos de marca com preços inferiores a cinco euros. Para efeitos de comparação é sempre utilizada a embalagem de menor dimensão e quando a dosagem não é igual é feita uma proporção.

No que diz respeito aos medicamentos genéricos, a portaria explica que o preço de venda ao público (PVP) destes fármacos será alvo de revisão anual em função do preço máximo administrativamente fixado do medicamento de referência com igual dosagem e forma terapêutica.

Assim, os “PVP dos medicamentos genéricos devem ser reduzidos, até ao valor correspondente a 50% do preço máximo, administrativamente fixado, do medicamento de referência com igual dosagem e na mesma forma farmacêutica.

Nos casos em que os preços de venda ao armazenista (PVA) de todas as apresentações do medicamento de referência, com igual dosagem e na mesma forma farmacêutica, sejam inferiores a dez euros, os PVP dos medicamentos genéricos devem ser reduzidos, até ao valor correspondente a 75% do preço máximo administrativamente fixado”. No entanto, mais uma vez, há uma excepção para as “apresentações de medicamentos genéricos cujos PVP em vigor sejam inferiores ou iguais a 3,25 euros”.

Apesar de a presente portaria ter efeitos já a partir de amanhã, terça-feira, prevê um período de transição que durará até Abril. “A partir da data de entrada em vigor dos novos preços, a indústria não pode colocar nos distribuidores por grosso, nem nas farmácias, medicamentos que apresentem preços diferentes dos resultantes do disposto no presente diploma”, lê-se na portaria. Já os distribuidores poderão escoar para as farmácias durante 60 dias os medicamentos que já têm com o preço antigo. As farmácias, por sua vez, podem durante 90 dias vender os fármacos ainda marcados com o preço antigo aos utentes.

O diploma permite alterações dos preços autorizados, desde que para valores sempre inferiores ao estipulado e mediante comunicação prévia à Autoridade Nacional do Medicamento (Infarmed) e à Direcção-Geral das Actividades Económicas, e define que os preços dos medicamentos serão objecto de revisão anual. 

 

Via Público



publicado por olhar para o mundo às 08:17 | link do post | comentar

Sexta-feira, 25.11.11
Alguns organismos sugerem a redução da dose máxima recomendada e da quantidade de comprimidos por embalagem
Alguns organismos sugerem a redução da dose máxima recomendada e da quantidade de comprimidos por embalagem (Foto: Paula Abreu/arquivo)
A toma prolongada de paracetamol, um dos medicamentos mais vendidos e consumidos em todo o mundo, pode levar a uma overdose. A conclusão faz parte de um estudo publicado no British Journal of Clinical Pharmacology, sendo cada vez mais frequentes os alertas para os riscos deste analgésico, muito associado a falências hepáticas.

O paracetamol é o medicamento não sujeito a receita médica mais vendido em Portugal e é a substância activa de vários medicamentos antipiréticos (para baixar a febre) e analgésicos (para as dores) que mais se vende no país, em quantidade, segundo o Infarmed (Autoridade Nacional do Medicamento). Nos postos de venda livre (fora das farmácias) tem mais de 12% da quota de mercado e só entre Janeiro e Setembro de 2011 foram vendidas quase 550.000 embalagens. Dados da consultora IMS Health Portugal indicam que, em 2009, foram vendidos pelos armazenistas às farmácias mais de 16 milhões de embalagens com esta substância, o que dá uma média de mais de uma embalagem por ano por cada pessoa.

De acordo com a investigação desenvolvida por um grupo de cientistas da Universidade de Edimburgo, a toma prolongada e regular de paracetamol pode ser fatal, já que é difícil detectar as situações em que o doente está em risco, sendo muitas vezes demasiado tarde para inverter as lesões provocadas pelo medicamento, sobretudo no fígado.

Apesar de ser de fácil acesso, o paracetamol pode provocar lesões hepáticas e, em casos mais graves, hepatites fulminantes que podem obrigar a um transplante. Contudo, é mais inofensivo para o esófago, estômago e intestino do que alguns analgésicos e anti-inflamatórios. Estão-lhe igualmente associados problemas renais, quando tomado de forma prolongada e em doses elevadas. Estas são, no entanto, situações normalmente atribuídas ao consumo excessivo desta substância – mais de quatro gramas por dia – ou quando associadas à ingestão de produtos igualmente lesivos para o fígado (como bebidas alcoólicas). 

O grupo de Edimburgo acompanhou 161 casos de overdoses relacionadas com utilização prolongada deste medicamento, que é frequentemente escolhido para situações como febre, dores musculares ou dores de cabeça – um consumo que é facilitado por ser, na maioria dos países, à semelhança de Portugal, um fármaco de venda livre.

O perigo dos antigripais

O farmacêutico e presidente da secção regional de Lisboa da Ordem dos Farmacêuticos António Hipólito de Aguiar, contactado pelo PÚBLICO, corrobora as preocupações emanadas pelo estudo e reforça que “a margem de segurança do paracetamol é muito pequena”. O especialista exemplificou que com a proliferação de marcas de paracetamol no mercado há muitas pessoas que, por desconhecimento, “tomam uma marca para a febre e outra para as dores, sem saberem que é o mesmo medicamento”. Há também medicamentos, sobretudo antigripais, que têm mais do que uma substância activa, o que faz com que os doentes muitas vezes não saibam que estão a tomar um fármaco com paracetamol.

Em 2009, também o organismo norte-americano responsável por regular o sector do medicamento, a Food and Drug Administration (FDA), recomendou que se reduzisse a dose máxima permitida por cada comprimido (de 1000 miligramas para 650) e que o consumo máximo diário permitido passasse a ser de 3250, em vez dos actuais 4000, de modo a evitar situações de overdose. A FDA pretendia também embalagens mais pequenas e com alertas mais visíveis para os efeitos secundários e para os casos em que se recomenda o uso da substância. Recentemente tanto Estados Unidos como Reino Unido reduziram a dose máxima recomendada para crianças.

Hipólito de Aguiar assegura, porém, que na Europa e concretamente em Portugal, “pouco ou nada tem sido feito” para evitar complicações com este medicamento. O farmacêutico lamenta que as recomendações sobre doses e dimensão das embalagens não tenham sido acolhidas e reitera que a venda livre fora das farmácias representa um perigo, insistindo que “esta posição não pretende ser proteccionista” e que visa, pelo contrário, “a segurança dos doentes”.

O investigador Kenneth Simpson, que liderou o trabalho agora publicado, especificou que as situações fatais aconteceram principalmente em pessoas que tinham casos de dores crónicas e que tomavam paracetamol com regularidade. Simpson referiu, ainda, no trabalho que as análises sanguíneas na maioria dos casos não ajudam a despistar o problema, visto que níveis elevados da substância activa são associados a uma toma excessiva pontual (normalmente casos de tentativa de suicídio) e não ao uso prolongado.

O grupo alertou, contudo, que é nos casos de uso prolongado que o fígado sofre lesões mais graves e, muitas vezes, irreversíveis. A conclusão baseou-se na análise das notas clínicas de 663 doentes a quem foi diagnosticada doença hepática induzida por paracetamol. Destes doentes, 161 tomavam paracetamol de forma prolongada e apresentavam lesões hepáticas, cerebrais, renais e problemas respiratórios mais acentuados, assim como maior risco de morte.

Desvendada actuação do paracetamol

Este estudo surge na mesma semana em que o King’s College de Londres anunciou que descobriu a forma exacta como o paracetamol actua no corpo humano. O funcionamento do medicamento, apesar de ser utilizado há largos anos, permanecia por explicar. Mas este novo estudo publicado na Nature Communications revelou que o paracetamol inibe a presença da proteína TRPA1 nas células nervosas, o que permite controlar a dor. Os investigadores esperam que a descoberta sirva para procurar mais substâncias que actuem no mesmo campo, mas que tenham uma toxicidade mais baixa.

 

Via Público



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Segunda-feira, 29.08.11
Preço dos medicamentos genéricos vai reduzir para 50%

 

O ministro da Saúde prepara-se para anunciar uma forte baixa do preço dos genéricos: vão passar a ser 50% mais baratos do que os medicamentos originais (de marca).

Trata-se de um ajuste de última hora entre a troika e o Governo, apurou o SOL junto de fonte governamental. No memorando de entendimento, estava previsto que os genéricos – que actualmente têm um preço inferior ao original em 35% – passassem a ser 40% mais baratos. «Houve uma revisão da medida porque havia margem para isso e agora têm de ser a metade do preço do original», explica fonte do sector.

Numa primeira fase, a medida será aplicada aos genéricos que entretanto entrem no mercado. Mas no próximo ano, quando se processar a revisão anual de preços, outros genéricos serão abrangidos por esta redução.

O presidente da Associação Portuguesa de Genéricos (APOGEN), Paulo Lilaia, diz ao SOL que desconhece a alteração: «Isso não faz sentido. O que estava previsto no memorando era que o primeiro genérico a entrar no mercado tivesse um preço 40% inferior ao do medicamento original».

Mas o ministro Paulo Macedo tem avisado, nos últimos dias, que vêm aí cortes elevados na área dos medicamentos, que segundo o Tribunal de Contas representam 21,8% dos gastos em Saúde. Aliás, fonte do gabinete do ministro refere que é com os genéricos que se irá «assistir ao maior valor de poupança».

E, na quarta-feira, numa visita ao Algarve, o governante alertou a indústria farmacêutica para o facto de ter de «participar no esforço de redução» de 500 milhões de euros na despesa com Saúde. E não só com a baixa dos preços dos genéricos. O ministro quer também, sabe o SOL, um novo sistema de determinação do preço da indústria, que equivale a rever as margens de lucro dos laboratórios.

Impedir juízes de suspender genéricos

Além disso, o Executivo está decidido a impedir que as farmacêuticas travem em tribunal a entrada de novos genéricos no mercado. Para isso, vai aprovar, em breve, legislação que impede os tribunais administrativos de suspenderem a autorização de introdução no mercado de genéricos. Isto na sequência de providências cautelares interpostas pelos laboratórios, que acusam as empresas de genéricos de violarem as patentes.

«Para nós, as patentes já expiraram. Mas, enquanto se discute essa questão em tribunal, não faz sentido que os juízes decretem a suspensão pois estão a tomar como verdadeira a versão de um dos lados», defende Paulo Lilaia, sublinhando que, neste momento, estão em tribunal mais de 800 genéricos referentes a 20 moléculas, o que equivale, assegura, a um prejuízo de 100 milhões de euros por ano para o Estado e os utentes.

Mas os laboratórios que produzem os originais alegam, explica fonte do sector, que «não faz sentido o Estado dar cobertura a ilegalidades». E garantem que a maioria dos genéricos «viola a patente, que impede a cópia dos originais».

Além de apostar nos genéricos – uma promessa feita por todos os ministros da Saúde nos últimos dez anos – , Paulo Macedo quer reduzir os gastos dos hospitais com medicamentos. O que será feito, revelou o ministro esta semana, através de «monitorização e orientações clínicas» para a prescrição de medicamentos no meio hospitalar.

«Há uma enorme anarquia. Na área dos antibióticos e na oncologia são precisas orientações clínicas mais concretas», explicou fonte médica ao SOL. Ou seja, a tutela, com a colaboração das entidades científicas e médicas, quer normas claras dos medicamentos a usar em cada situação, especialmente na área oncológica, sida e medicamentos biológicos. «Vão passar a dar os medicamentos mais baratos aos doentes», contrapõe um outro médico, preocupado com o efeito dos cortes na qualidade da saúde.

 

Via Sol



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Segunda-feira, 06.06.11

A Autoridade Nacional do Medicamento (Infarmed) ordenou hoje a “suspensão imediata” da comercialização de alguns lotes do medicamento Atarax, solução injectável, devido à detecção de fissuras nas ampolas que “podem pôr em causa a sua esterilidade”.

O Infarmed recebeu um alerta internacional, emitido pela agência belga, relativo à detecção de fissuras nas ampolas do medicamento Atarax, solução injectável, 100 mg/2 ml, que podem pôr em causa a sua esterilidade.

Entretanto, a empresa UCB Pharma (Produtos Farmacêuticos), informou o Infarmed que em causa estão os seguintes lotes: 30.041 (com a validade 30/06/2013), 37.014/2 (30/09/2015), 36.256/1 (28/02/2014), 37.014 (30/09/2015), 36.424 31/05/2014), 36.866/1 (30/04/2015), 36.671/1 (30/09/2014), 36.906 (30/04/2015), 36.671/3 (30/09/2014) e 36.783 (31/01/2015).

Em comunicado publicado no site oficial, o Infarmed informa que as entidades que possuam estes lotes de medicamento em stock “não o poderão vender, dispensar ou administrar, devendo proceder à sua devolução”.

Por precaução, aconselha os utentes que tenham embalagens destes lotes a não os utilizar.

O Atarax está indicado para o tratamento sintomático da ansiedade nos adultos, do prurido e na pré-medicação em cirurgia.

 

Via Público



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Terça-feira, 22.03.11
Os 30 medicamentos para diminuir mortes evitáveis
 
A Organização Mundial de Saúde (OMS) revelou hoje a lista dos 30 medicamentos prioritários para a saúde de crianças e de mães e cujo acesso é essencial para diminuir o número de mortes consideradas evitáveis.

«Pela primeira vez a OMS publica a lista dos medicamentos prioritários para a saúde da mãe e do filho, e recomenda os fármacos mais importantes para salvar vidas», refere a Organização num comunicado hoje divulgado, em que acrescenta que «o acesso aos medicamentos apropriados é vital para prevenir os objectivos mundiais em matéria de saúde».

A OMS lembra que mais de oito milhões de crianças, que têm entre meses e cinco anos, morrem por ano devido a doenças como a pneumonia, a diarreia e o paludismo.

Por dia, refere a OMS, estima-se que morrem mil mulheres devido a complicações ligadas à gravidez e ao parto.

«Quase todas as mortes ocorrem em países em vias de desenvolvimento e poderiam ser evitadas se os medicamentos correctos estivessem disponíveis e fossem prescritos e tomados adequadamente», defende.

A OMS recorda que uma injecção de occitocina logo após o parto pode parar hemorragias e sangramentos - as principais causas de mortes maternas - «e fazer a diferença entre a vida e a morte».

Da lista dos 30 medicamentos prioritários - compilada por especialistas em saúde materno-infantil e em farmacologia - fazem parte, da secção dedicada às mães, fármacos para tratar infecções, hipertensão e doenças sexualmente transmissíveis, bem como medicamentos para evitar os partos prematuros.

De acordo com várias estimativas, a pneumonia mata por ano 1,6 milhões de crianças com menos de cinco anos. A OMS garante que o tratamento com antibióticos simples poderia evitar até 600 mil destas mortes.

Além disso, o acesso aos sais de hidratação oral e a comprimidos de zinco poderia evitar as 1,3 milhões de mortes de crianças que ocorrem anualmente devido à diarreia.

Estudos realizados em 14 países africanos demonstram que os medicamentos para crianças estão disponíveis em apenas 35 a 50 por cento das farmácias.

A lista dos 30 medicamentos prioritários menciona cinco fármacos que são necessários urgentemente, mas que ainda não existem, na prevenção e tratamento da tuberculose, em particular para as crianças infectadas com HIV e para a assistência aos recém-nascidos.

 

Via Sol



publicado por olhar para o mundo às 08:03 | link do post | comentar

Sexta-feira, 11.02.11

 

Recolha de medicamentos nas farmácias

Medicamentos: Mais de 100 farmácias participam em recolha para ajudar os mais desfavorecidos

Lisboa, 11 fev (Lusa) -- Mais de 100 farmácias de todo o país vão aderir este sábado à terceira Jornada de Recolha de Medicamentos, com o objetivo de ajudar os mais desfavorecidos respondendo às suas necessidades de "produtos de saúde".

Luís Mendonça, presidente do Banco Farmacêutico (BF) e coordenador do projeto, salientou à agência Lusa que a recolha de medicamentos e produtos de saúde "deve ter em conta as necessidades dos organismos sociais da área abrangente", que este ano contempla 57 instituições de solidariedade.

Desde as primeiras jornadas que "o número de farmácias e voluntários tem vindo a crescer de forma muito significativa", o que revela "o positivo feedback das edições anteriores", salientou.

Luís Mendonça mostra-se "satisfeito" com o alargamento da iniciativa a Alentejo, Algarve e Ribatejo, mas, ainda assim, pretende "chegar mais longe, ao chegar mais perto de quem precisa".

Inês Oliveira, responsável pela farmácia da Pontinha, que participou nas edições anteriores da iniciativa e o fará agora também, disse à Lusa que o balanço tem vindo a crescer de ano para ano, pelo que antevê que a campanha de sábado seja um êxito.

No entanto, frisou, "apesar de os moradores da Pontinha não pertencerem a elevados estratos sociais, participam em massa em campanhas de solidariedade, o que deve ser ainda mais valorizado", defendeu.

Duarte Teixeira dos Santos, técnico da farmácia Central da Lapa, disse que as anteriores iniciativas "foram um êxito" e, por isso, o estabelecimento voltou a aderir à recolha de medicamentos e produtos de saúde, porque considera "um dever" ajudar a melhorar a vida dos mais "carenciados".

Também José Luís Segundo, da farmácia da Fuzeta, no Algarve, que pela primeira vez promove a ação, contou à Lusa que aderiu à iniciativa "com agrado". O responsável entende que "não está em causa o valor mas o gesto de cada um" e que o momento é de "grande necessidade e interajuda".

No sábado, entre as 09:00 e as 19:00, vão estar cerca de 250 voluntários à entrada das 106 farmácias aderentes, que prestarão os devidos esclarecimentos sobre a iniciativa, em que é possível adquirir produtos "não sujeitos a receita médica".

Caso o utente revele interesse em apoiar a ação, "o farmacêutico aconselha quanto aos medicamentos ou produtos mais necessários à instituição apoiada por essa farmácia", explicou ainda o presidente do Banco Farmacêutico.

A entrega dos medicamentos às instituições de solidariedade social será feita no próprio dia ou na semana seguinte à Jornada de Recolha de Medicamentos.

Nas duas edições anteriores foram doados "mais de dez mil medicamentos e produtos de saúde a 50 instituições de solidariedade social que apoiam mais de 30 mil doentes", informa a organização.

A terceira edição, à semelhança do ano passado, conta com o apoio da Ordem dos Farmacêuticos, da Associação Nacional de Farmácias, da LogistaPharma e de cada uma das farmácias aderentes.

No mesmo dia, a Jornada de Recolha de Medicamentos terá lugar em 3.200 farmácias espalhadas por toda a Itália e em 120 farmácias de Madrid e Barcelona, em Espanha.

 

Via Ionline



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