Sábado, 10.03.12
O senhor da guerra ugandês Joseph Kony liderou um grupo rebelde responsável pelo rapto de umas 60 mil crianças ao longo de 25 anos
O senhor da guerra ugandês Joseph Kony liderou um grupo rebelde responsável pelo rapto de umas 60 mil crianças ao longo de 25 anos (Foto: Marco Longaria/AFP)
E de repente o mundo está todo a falar de crianças-soldados e do brutal Kony
A campanha da Invisible Children tornou-se num fenómeno viral da Internet, com mais de 52 milhões de visionamentos, mas os críticos dizem que falhou o alvo sobre aquilo que o Uganda agora precisa.

Em três dias o vídeo do grupo de activistas norte-americanos Invisible Children que faz campanha pela captura do senhor da guerra ugandês Joseph Kony tornou-se num fenómeno: mais de 52 milhões de visionamentos no YouTube relançaram o debate sobre as crianças soldados no Uganda, atraindo uma vaga de defensores e críticos do estilo "hollywoodesco" da campanha, que é já um dos maiores exemplos da força dos media sociais. Nas primeiras 24 horas, o vídeo teve 10 milhões de visaulizações.

O vídeo, com 28 minutos, apela à mobilização mundial para deter ainda este ano Kony e o seu Exército de Libertação do Senhor (LRA), narrando os efeitos dos 25 anos em que este senhor da guerra alimentou um brutal conflito no Norte do Uganda, raptando umas estimadas 60 mil crianças: os rapazes transformados em soldados, as raparigas em escravas sexuais, executados uns e outros quando não obedeciam, muitos mutilados, com os lábios cortados. 

Entre essas crianças está Jacob Acaye, hoje com 21 anos, figura central do filme da Invisible Children, o qual conta a sua experiência sob o jugo de Kony e a morte do irmão, em 2002, por entre imagens da amizade travada com os fundadores do grupo de activistas. Acaye fez uma defesa acérrima da campanha, mantendo que - ao contrário das críticas de que o filme foi alvo nos últimos dois dias - "não é tarde de mais" para parar Kony.

Os Estados Unidos classificaram o LRA como grupo terrorista no pós-11 de Setembro e em 2008 começaram a apoiar o Exército do Uganda com conselheiros militares para capturar Kony, o qual se crê estar escondido nas zonas de mato da República Democrática do Congo, Sudão do Sul ou República Centro Africana. Em Outubro passado, o Presidente norte-americano, Barack Obama, deu luz verde ao envio de 100 tropas de combate para trabalharem directamente com os líderes militares regionais das zonas fronteiriças do Uganda.

Em defesa da campanha da Invisible Children - formado sobretudo por profissionais de media e não peritos em desenvolvimento -, o procurador-geral do TPI, onde Kony é acusado de crimes contra a humanidade desde 2005, elogiou ontem a "mobilização mundial" conseguida pelo vídeo. "São só uns miúdos da Califórnia que podiam estar a surfar ou qualquer outra coisa, mas escolheram fazer isto. Estão a dar voz a pessoas que ninguém sabia que existiam e por quem ninguém se preocupava. E por isso saúdo-os".

Mas muitos crêem que o Kony 2012 erra o alvo. A revista Foreign Affairs, por exemplo, não se deixou convencer pelo estilo "paternalista" do vídeo e acusa a organização de "manipular os factos". A influente jornalista ugandesa Rosebell Kagumire sublinhou, por seu lado, na sua conta de Twitter, na quinta-feira, que "a guerra é muito mais complexa do que um homem chamado Joseph Kony".

Uma das mais fortes críticas apontadas ao grupo é o facto de apelar à opinião pública para fazer pressão sobre as autoridades norte-americanas para continuarem a cooperar com o Exército do Uganda, que hoje é acusado de cometer abusos dos direitos humanos - tortura e detenções arbitrárias, a par da morte de manifestantes pacíficos nos últimos três anos, estão documentadas pela Human Rights Watch.

O director da Action Aid no Uganda, Arthur Larok, com nove anos de experiência a liderar programas do Fórum Nacional de ONG naquele país, considera que a estratégia de internacionalização da campanha Kony 2012 "teria sido muito eficiente há uns seis ou dez anos", mas neste momento "não será mais do que um apelo que faz sentido na América, da forma como a Internet funciona, mas não para o Uganda", onde se colocam desafios muito maiores do que a captura do líder do LRA.

"Anos depois de Kony ter saído do Uganda, acho que [a Invisible Children] está a apelar a emoções que não são já muito eficazes. As circunstâncias no Norte do país mudaram: não há guerra e o Governo e muitas organizações não governamentais estão a reconstruir e a melhorar a vida das crianças, na educação, na saúde, no saneamento básico, nas condições essenciais de vida. Uma campanha internacional que não ponha o enfoque nestes objectivos não é útil nesta altura", avalia.Peter Bradshaw, crítico de cinema do diário Guardian, defende porém que Kony 2012 "é simplesmente brilhante como peça de activismo digital", e cuja popularidade-relâmpago testemunha como "já alcançou um dos seus objectivos, o de pôr nas bocas do mundo os crimes horríveis cometidos por Kony".


KO 

 

Via Público

 

 

 



publicado por olhar para o mundo às 20:47 | link do post | comentar | ver comentários (1)

Sexta-feira, 09.09.11

A notícia foi recebida com um coro de protestos e o vereador do PCP promete levar a questão à próxima reunião da Câmara de Lisboa

A notícia foi recebida com um coro de protestos e o vereador do PCP promete levar a questão à próxima reunião da Câmara de Lisboa (Rui Gaudêncio)

 

Aquela que é uma das mais emblemáticas estações de metro de Lisboa foi rebaptizada. Baixa-Chiado PT Bluestation é o seu novo nome, graças a uma acção de marketing da empresa que está a gerar controvérsia. O Fórum Cidadania Lisboa chama-lhe "prostituição do espaço público" e o Grupo de Amigos de Lisboa fala numa "saloiice de muito mau gosto".

 

O presidente do Metropolitano diz que esta mudança "é um marco na vida do metro, um marco de ruptura, de inovação, de criatividade". Cardoso dos Reis revelou, aliás, que quer alargar esta iniciativa a outras estações: "Esperamos contar com a visão de futuro, o espírito inovador e a ambição de outras marcas", disse o gestor. O Marquês de Pombal pode ser a paragem que se segue.

O Metropolitano recusou divulgar quanto vai arrecadar com esta operação e o presidente executivo da PT também não revelou quanto vai a empresa pagar para ter, durante quatro anos, o seu nome na estação. "É um investimento significativo", limitou-se a dizer Zeinal Bava.

Já o secretário de Estado dos Transportes declarou-se "muito contente com este projecto". Porque, explicou Sérgio Monteiro, "corresponde à vontade do Governo de que as empresas públicas de transportes encontrem formas inovadoras e criativas de gerar receitas", para serem "menos dependentes do Orçamento do Estado".

No caso da Baixa-Chiado, esta iniciativa inclui ainda a disponibilização aos utilizadores de estação de Internet grátis. Além disso, haverá acções diárias (como projecções de vídeo, distribuição de rebuçados ou massagens nas mãos), pelo menos durante um ano, e nas paredes serão projectadas notícias e "informações úteis". Questionado pelo PÚBLICO, o presidente executivo da PT garantiu que essas projecções não incluirão mensagens publicitárias, mas admitiu que a Baixa-Chiado receba "demonstrações de produtos" da marca.

A vereadora da Inovação da Câmara de Lisboa defendeu que "é importante a cidade apostar em projectos inovadores". Questionada pelo PÚBLICO sobre a alteração de nome, Graça Fonseca recusou-se a opinar, dizendo apenas que, "como qualquer situação de patrocínio, é normal que a marca queira estar presente".

Já o vereador do PCP ficou incrédulo com a mudança: "Como? Ai valha-me Deus! Isso é péssimo", reagiu. "Houve uma altura em que o metro convidava os melhores artistas portugueses para fazerem estações soberbas. Agora temos línguas estrangeiras e marcas", lamentou Rúben de Carvalho, que promete levar esta questão "tão marcante na vida da cidade" à próxima reunião da autarquia.

"É de ficar sem palavras", afirmou Paulo Ferrero, do Fórum Cidadania Lisboa, que considera estar-se perante um caso de "prostituição do espaço público". "Dentro em breve, em Lisboa, estaremos todos publicitados", afirmou por sua vez Appio Sottomayor. O olisipógrafo está também contra a utilização de uma palavra em inglês no nome da estação: "A língua portuguesa, pouco a pouco, está a ser enterrada. Faça-se então o funeral", concluiu.

"É uma saloiice desnecessária, de muito mau gosto", corroborou Salete Salvado, do Grupo de Amigos de Lisboa. A representante do colectivo, que integra a Comissão Municipal de Toponímia, lembrou ainda que, "até agora, o metro tem utilizado os nomes dos locais, respeitando a tradição toponímica da cidade". E lamentou que essa prática tenha sido interrompida. "Como querem receber dinheiro, estão a curvar-se", acusou.

"Acho mal. A toponímia não devia ter sido mudada", afirmou por sua vez a historiadora Irene Pimentel, que também faz parte da comissão, onde gostava de ver discutido este caso. Outro dos seus elementos, o musicólogo Rui Vieira Nery, acha que esta "não é uma matéria da competência da comissão". Mas, a título pessoal, reconhece que não tem "simpatia" por ver "o nome de uma empresa associado a um marco da cidade".

"Vejo esta solução de forma muito crítica. Preferia que deixassem os nomes como estão ou que os substituíssem, por exemplo, pelos de grandes figuras da cultura e da ciência", afirmou por sua vez José Jorge Letria, presidente da Sociedade Portuguesa de Autores.

Os presidentes das juntas de freguesia de São Nicolau, António Manuel, e dos Mártires, Joaquim Guerra de Sousa, não ficaram incomodados com a notícia de alteração do nome e manifestaram a expectativa de que o patrocínio da PT possa traduzir-se em melhorias no serviço prestado pelo Metropolitano de Lisboa.

 

Via Público



publicado por olhar para o mundo às 18:07 | link do post | comentar

Terça-feira, 08.02.11

 

Neosexual

 

"Esqueça o metrossexual, que esbateu as diferenças de comportamento entre os dois sexos. Segundo um estudo encomendado pela Axe, elas preferem um homem capaz de encontrar um equilíbrio entre a virilidade e a sensibilidade. Que realce o seu lado mais forte e tradicional mas sem receio de ser sensível e emocional. Chamam-lhe neossexual e é o preferido de 80 por cento das 2800 mulheres, com idades compreendidas entre os 18 e 35 anos, inquiridas pela empresa de estudos de mercado argentina Datos Claros em 14 países da Europa, América do Norte, América do Sul e Ásia.

 

 

"É possível perceber que as mulheres, que dedicam tempo e energia a cuidar do corpo e da aparência física - para desenvolver o seu papel da mulher no jogo de sedução - recusem homens que decididamente entram na área do extremo cuidado corporal e se posicionam no jogo de sedução, que pertence às mulheres", explica um dos autores do estudo, o sociólogo colombiano Jaime Carmona.

Segundo o trabalho, no lugar do metrossexual, que abraçou atitudes antes apenas reservadas às mulheres, está a emergir uma nova identidade masculina, que passa pela recuperação de alguns valores do passado. "O neossexual é um homem que resgata as suas raízes mais viris mas que não proíbe o lado afectivo. Um homem síntese dos modelos anteriores que, seguindo o seu instinto, está à altura das necessidades da mulher actual".

O que dizem as mulheres:

72 por cento das mulheres inquiridas preferem um homem forte e decidido, que saiba o que quer.

85 por cento afirmaram que as seduz que o homem as beije com paixão e as leve à cama sem hesitar. Preferem um homem que tome a iniciativa na hora da sedução e que as faça sentir desejadas.

60 por cento não gostam que eles demorem mais tempo que elas a arranjar-se. Não se trata de não se cuidarem, mas sim de não passar mais tempo que elas em frente ao espelho.

 

O que dizem as Mulheres:

72 por cento das mulheres inquiridas preferem um homem forte e decidido, que saiba o que quer.

85 por cento afirmaram que as seduz que o homem as beije com paixão e as leve à cama sem hesitar. Preferem um homem que tome a iniciativa na hora da sedução e que as faça sentir desejadas.

60 por cento não gostam que eles demorem mais tempo que elas a arranjar-se. Não se trata de não se cuidarem, mas sim de não passar mais tempo que elas em frente ao espelho.

 

Via Expresso



publicado por olhar para o mundo às 21:03 | link do post | comentar | ver comentários (4)

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