Paula Estorninho que vive e trabalha em Serpa, apresenta na exposição patente até 30 de Junho na Biblioteca Municipal Abade Correia da Serra, um conjunto de bonecas fragéis e delicadas, como jóias simples, e muito femininas.
Cada boneca, longe de ser perfeita, é única e irrepetível, pois são bonecas que pertecem a várias colecções, tendo corrido os quatro cantos do mundo.
Rui Cambraia, que vive e trabalha em Portalegre onde é professor, apresenta na suas fotografias imagens de um ponto de chegada que afinal é de partida.
As bonecas de Paula Estorninho sairam do Patio Azul, mas elas não se movem, nem a mise en scène fotográfica é uma viagem.
São fotografias, que ao contrário das outras, mostram o futuro e registam aquilo que há-de vir.
A dupla mostra está patente até 30 de Junho, das 10:0
O nosso filho de seis meses tem problemas de sono e nós já tentámos de tudo: diferentes horários para dormir, não fazer sestas para que ele fique mais cansado, mudar as canções de embalar, dar-lhe de mamar justamente antes de dormir, até já comprámos cortinas opacas para deixar o quarto dele totalmente às escuras. Ainda assim, continua a acordar a meio da noite e leva imenso tempo para voltar a adormecer. Eu e a minha mulher estamos sempre exaustos. O que podemos fazer?
Uma das coisas mais importantes a fazer é estabelecer uma rotina a nível da hora em que ele tem de ir para a cama – e mantê-la. Os bebés adoram – e querem – rotinas. Mudar constantemente irá apenas confundi-los fazendo com que lhes seja mais difícil perceber quando é, ou não, altura de dormir.
Na verdade, as rotinas não são apenas para os bebés. Se você é como a maior parte dos adultos, provavelmente tem a sua própria rotina nocturna; uma série de actividades que o ajudam a ficar pronto para ir dormir: ler alguns capítulos de um livro, ver um DVD ou talvez ter relações sexuais. Com os bebés acontece praticamente o mesmo: as rotinas “pré-dormir” fazem com que o bebé se sinta cansado pois associa-as ao próprio acto de dormir.
Criar uma rotina não tem nada de complicado. Pode ser tão simples como um aconchego, uma história, um minuto ou dois a fazer uma massagem, um biberão rápido ou música calma. A quantidade e a ordem das actividades não são importantes, certifique-se apenas de que está a ser coerente todos os dias. Aqui ficam algumas ideias que poderão ajudar:
- Brinque muito com o bebé enquanto está acordado. Exercitá-lo durante o dia vai ajudá-lo a dormir à noite;
- Não brinque com os horários. Pode parecer lógico que saltar as sestas durante o dia vai ajudar o bebé a dormir mais durante a noite, mas, na verdade, o que acontece é o oposto. O seu bebé faz sestas porque precisa delas. Quando não descansa o que precisa durante o dia, toda a dopamina e adrenalina extra que circulam no corpo vão fazer com que se torne ainda mais difícil adormecer à noite;
- Faça a distinção entre dia e noite. Durante o dia, provavelmente pega no seu bebé ao colo, canta, bate palmas, faz jogos e todo o tipo de actividades para se envolver com ele. Quando se entra no “modo noite” deverá falar menos, fazer muito menos actividades físicas e, geralmente, escurecer os ambientes;
- Não exagere. Baixar a luminosidade e tornar a casa um pouco mais silenciosa é o desejável, mas é necessário que o bebé consiga adormecer com as luzes acesas e algum barulho de fundo. Tentar que haja silêncio absoluto e total escuridão poderá ter o efeito oposto;
- Deite-o quando ele estiver ensonado, nunca enquanto ele estiver completamente desperto;
- Seja paciente. Os bebés conseguem ser muito barulhentos durante a noite. Tal como nós, eles acordam muitas vezes durante o sono e olham à sua volta para confirmar que o mundo continua a girar na sua órbita. Por isso, antes de se levantar a correr sempre que o bebé começa a choramingar, respire fundo e espere um minuto, é possível que ele volte a adormecer sozinho;
- Faça turnos. É um acto de cavalheirismo da sua parte partilhar a tarefa de se levantar a meio da noite com a sua mulher, mas não. Deixe que seja ela a fazer os primeiros turnos da noite, enquanto você dorme, depois comece o seu turno de madrugada enquanto ela descansa;
- Ponha os brinquedos de parte. Alguns bebés acordam a meio da noite, vêem todos os seus brinquedos, e decidem que querem brincar – e, claro, é mais divertido brincar consigo do que sozinho.
Não dizemos aos pais o mal que nos estão a fazer e quanto estamos a sofrer, assegura Ana (Foto: António Carrapato)
Com o divórcio de pais habituados a cuidar dos filhos, a tendência para o litígio pode acentuar-se. Associações alertam para fenómeno da "alienação parental", que alguns dizem não existir.
Sob a vigilância de uma funcionária, numa sala de um dos edifícios da Segurança Social em Lisboa, Luís, de 48 anos, manobra um carro telecomandado. Fá-lo seguir até ao compartimento contíguo, onde o seu filho está com a avó materna, e regressar, depois, à sala onde se encontra. Ele, Luís, não pode cruzar-se com a família da ex-companheira. Por isso pediu o carro a um sobrinho e o manobra, agora, entre uma e outra sala, a engolir as lágrimas e a humilhação. Tenta atrair Pedro, de quatro anos, que finalmente chega à ombreira da porta e, por uns segundos, levanta os olhos do carro para o pai. Nesse momento, a avó faz barulho com os sacos e o miúdo desaparece. Luís ouve: "Não vás embora, avó!". A visita terminou.
A descrição é feita com base no relato de Luís. É a sua versão de um drama cuja veracidade sustenta em documentos e estudos e relatórios e notificações do tribunal e contas de advogados – "um monte de papéis inúteis" sobre os quais chora. A relação de normalidade com o filho terminou dias antes de o bebé completar os dois anos de idade. Hoje, Pedro tem cinco anos e não voltou a estar com o pai sem a vigilância de terceiros. Luís tornou-se no retrato daquilo a que alguns chamam vítima de "alienação parental" – o termo utilizado para designar o comportamento, em casos de divórcio litigioso, do progenitor que tem a guarda física do filho e que, perante a criança, procede a uma permanente desqualificação do outro progenitor, ao mesmo tempo que procura obstar ao contacto entre ambos, com a intenção de provocar o corte dos vínculos afectivos que os unem.
Nas vésperas do dia Internacional de Consciencialização da Alienação Parental, que se assinala dia 25, o problema mobiliza várias organizações. Entre elas os dirigentes das associações Para a Igualdade Parental (APIP) e da Pais Para Sempre (APPS), que citam dados oficiais para lembrar que, só em 2010, houve 27.556 divórcios em Portugal e deram entrada nos tribunais 16.836 processos de regulação do exercício das responsabilidades parentais e 11.283 processos por incumprimento do regime acordado (de contactos ou de pagamento de pensões de alimentos). "Com o divórcio dos homens da geração pós-25 de Abril, que foram educados num ambiente de partilha, com as mulheres, das tarefas domésticas e dos cuidados dos filhos, a tendência é para que cada vez mais pais reclamem a sua guarda, o que pode potenciar os conflitos", afirma Ricardo Simões, da APIP.
A sonda que vai a Marte terá tecnologia portuguesa (ESA)
Da investigação sobre o Alzheimer, até à tecnologia que vai ajudar o próximo rover a sobreviver ao frio de Marte. O PÚBLICO contactou algumas universidades portuguesas para ouvir o que de mais interessante se fez no ano que terminou. A lista resultante é uma pequena amostra da realidade, mas revela que a ciência nacional está em evidência em muitas áreas.
Estrelas de matéria escura É uma antiga guerra teórica dos físicos: o que é que acontece quando as estrelas deixam de ter matéria para consumir? Uma das principais teorias defende que o seu peso obrigaria a estrela a colapsar, originando um ponto de densidade tão alto – os chamados buracos negros – que sugaria até a luz, e onde o espaço e o tempo se comportariam de uma outra forma. Mas houve sempre teóricos que criticaram este conceito excepcional de “singularidade” dos buracos negros, que existiriam em vários pontos do universo. Num artigo aceite para publicação na Physical Review Letters, Paolo Pani, Vitor Cardoso e Térence Delsate, do Instituto Superior Técnico, sugerem agora que este colapso das estrelas não resultará numa singularidade e explicam que o aumento súbito da densidade da matéria pode originar uma nova força gravitacional, a chamada matéria escura. O resultante será uma “estrela de matéria escura” invisível aos telescópios.
Vulcão origina explosão de vida no mar Foi um dos estudos mais interessantes do ano, de acordo com a NASA. Vasco Mantas, cientista da Universidade de Coimbra, documentou pela primeira vez algo que sempre se julgou acontecer, um aparecimento súbito de organismos em regiões submarinas onde ocorre uma erupção vulcânica. O investigador verificou, com ajuda de imagens de satélite, o aparecimento de microalgas associado ao vulcanismo, em regiões do Pacífico pobres em nutrientes. O fenómeno “tem consequências, por exemplo, na cadeia alimentar, fazendo aumentar a ‘carga’ de peixe, e na diminuição da quantidade de dióxido de carbono”, explicou o cientista num comunicado.
Cerâmica para gerar energia Chama-se Projecto Solar Tiles, reúne um consórcio de nove entidades nacionais, desde empresas até institutos e universidades, e teve o apoio do QREN. O objectivo do projecto, de que a Universidade do Minho foi promotora, é simples: produzir peças de cerâmica como as telhas, que contenham células fotovoltaicas capazes de utilizar a energia solar, transformando-a em energia eléctrica. O trabalho terminou em Agosto do ano passado, com um protótipo pré-industrial. O próximo passo será a sua produção em massa.
Diagnosticar a doença de Alzheimer sem erros Identificar uma pessoa com doença degenerativa de Alzheimer sempre foi um problema, pela dificuldade de encontrar alguma substância produzida pelo corpo associada à doença. A empresa 2CTech, associada ao Centro de Biologia Celular da Universidade de Aveiro, criou um teste que avalia três biomarcadores neurológicos e diagnostica a doença sem erros. As investigadoras Odete Cruz e Silva e Margarida Fardilha conseguem ainda identificar pacientes que estão num estado precoce do processo degenerativo e vão desenvolver a doença.
Testar o aquecimento global num ribeiro Os resultados estão por vir, mas a experiência pioneira em toda a Europa foi posta em prática neste ano. A ribeira do Candal, na Lousã, tem agora um troço de 22 metros separado ao meio, a nível longitudinal. Numa parte tudo acontece naturalmente, na outra um termoacumulador vai aquecer a água em cerca de 3ºC. A experiência, coordenada por Cristina Canhoto, investigadora da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra e que tem uma dezena de colaborações internacionais, além de várias parcerias nacionais, quer responder a uma questão: o que vai acontecer ao funcionamento dos ecossistemas dos rios com o aumento de temperatura?
Automóvel que anda sozinho Atlascar é um Ford Escort que passou a andar sozinho. A equipa do Atlas, coordenada Vítor Manuel Santos, da Universidade de Aveiro, construiu o primeiro carro português que não precisa de condutor. Os investigadores instalaram um robô neste modelo automóvel com sensores e actuadores que permitem investigar e desenvolver a condução assistida. O projecto venceu em 2011 o prémio Freebots Competition no Festival de Robótica Assistida, promovido pela Sociedade Portuguesa de Robótica.Grafeno Muitos dizem que o grafeno é o material do futuro. O composto é formado por uma camada de átomos de carbono cujas ligações resulta numa estrutura de hexágonos, como se fosse uma colmeia. O material promete revoluções na electrónica. Nuno Peres, do Centro de Física da Escola de Ciência da Universidade do Minho, é responsável por um dos laboratórios mais importantes do mundo que estuda as propriedades deste material. Em 2011, o cientista ganhou o Prémio Ciência da Gulbenkian e está a estudar agora as propriedades da camada dupla de grafeno, que poderá ter aplicações em aparelhos de comunicação móvel, células solares, detectores de radiação electromagnética, sensores de pequenas quantidades de moléculas, sensores de tensão em estruturas, sequenciação do ADN.
Aerogéis contra frio de Marte A temperatura média de Marte é de 63 graus Celsius negativos. Qualquer máquina enviada para lá tem que suportar um clima gelado. No caso do próximo veículo (rover) que a Agência Espacial Europeia pensa em enviar em 2016, são os investigadores do Instituto Pedro Nunes, associado à Universidade de Coimbra, que estão a resolver esta questão A equipa liderada por Ricardo Patrício desenvolveu neste ano aerogéis que protegem os circuitos electrónicos da temperatura e pressão do ambiente agreste do planeta vermelho. A substância foi produzida através de “um processo específico de secagem dos produtos à base de sílica que garante uma menor densidade e maior flexibilidade”, explicou o cientista, num comunicado.
Sequenciar genomas é mais barato A sequenciação de genomas é uma das técnicas mais importantes da biologia. Através dela é possível saber a sequência dos tijolos de ADN que forma o genoma de animais, plantas, bactérias, vírus, espécies extintas e do ser humano. O processo é importante em inúmeras actividades, desde conhecer a origem genética de doenças, até ajudar a compreender a árvore da vida. O sistema desenvolvido por Francisco Fernandes, do Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, do Instituto Superior Técnico, funciona com um novo algoritmo informático que torna este processo mais económico e dá um passo em frente para a democratização do acesso à sequenciação genética, o que pode ajudar a tornar a medicina personalizada numa realidade.
Regeneração de tecidos em marcha Como é que se pode regenerar cartilagem ou osso? Utilizando materiais como o amido de milho, soja e a quitina. Esta é a aposta de investigação da equipa de Rui Reis, que acredita que um dia irá ser possível regenerar membros completos. O investigador é director do grupo 3B’s, Biomateriais, Biodegradáveis e Biomiméticos da Universidade do Minho e em 2011 publicou dezenas de artigos nesta área. No ano passado foi galardoado com o George Winter Award, o principal prémio Europeu na área dos biomateriais.
Os pais, assim como muitos professores, devem estar preparados para responder tranqüilamente a questões de sexualidade
Se uma criança pergunta como ela nasceu aos seus pais, eles podem responder: ‘‘Você saiu da barriga da mamãe, lá no hospital’’. Se esta resposta for suficiente para a curiosidade da criança, ela vai parar por aí. Se não for, certamente virá outra pergunta, e mais outra, até que ela obtenha uma resposta que a satisfaça e tire todas as suas dúvidas.
Os pais, assim como muitos professores, devem estar preparados para responder tranqüilamente a essas questões. Entretanto, se ficarem absolutamente sem ação, é melhor dizer à criança que não sabem a resposta, que vão pesquisar e depois dizer a ela, do que inventar uma resposta equivocada. Se a criança não ficar satisfeita com a resposta, certamente irá buscá-la em outra fonte. Porém, o que não deve acontecer é querer dar uma aula de reprodução e anatomia quando a pergunta é mais simples.
É importante tentar perceber quando a criança está demonstrando uma curiosidade de acordo com sua idade ou vontade de conhecer a sua própria sexualidade. Essa descoberta faz parte do desenvolvimento saudável da criança desde que sem exageros. E não só no assunto sexualidade, mas em todos os outros momentos em que somos questionados, é sempre importante dar respostas verdadeiras e diretas.
Hoje estamos presenciando uma participação muito pequena da família em relação à formação dos seus filhos, passando toda ou parte dessa responsabilidade para a escola. Embora saibamos que a família e a escola são primordiais na formação do indivíduo, os valores familiares são essenciais na formação da criança e esses valores são passados em atitudes mais do que em discursos.
Na formação da sexualidade não é diferente, pois a ligação afetiva da criança com seus pais começa no nascimento e evolui através da demonstração dessa afetividade com abraços, palavras doces, carinho na hora do banho, entre inúmeros outros momentos de relacionamento familiar.
Mitos e Verdades
- Quando a criança começa a perguntar sobre sexualidade, os pais devem responder francamente.
- Caso seja constrangedor, diga que não sabe e que vai pesquisar, mas nunca deixe uma pergunta sem resposta.
O certame conta já com a 6ª edição e tem abertura marcada para as 11h30. A marcar presença estará o maior assador de castanhas do mundo (Recorde do Guiness) que durante os três dias da feira não vai parar de assar castanhas. O visitante terá a oportunidade de as provar até onde a vontade mandar e acompanhá-las com a famosa jeropiga da região ou com o vinho tinto, também permanentemente disponíveis no recinto da festa da Castanha. A título de curiosidade, este assador mede 9,5 metros de comprimento, cinco metros de diâmetro e pesa 600 quilos, tendo capacidade para assar 1000 quilos de castanhas de uma só vez.
Quem visitar a feira encontrará um ambiente com animação musical em permanência, produtores com mostra e venda de produtos caseiros e tradicionais, a começar pela castanha, vinhos, licores, azeites, compotas, queijos, produtos secos (como a noz ou amêndoa), entre tantas outras relíquias tradicionais. Também vão marcar presença expositores artesanais, assim como vão decorrer vários concursos para premiar os melhores produtores de castanha do Concelho e as mais deliciosas doçarias de castanha. Será ainda lançado um livro com as receitas de doçaria de castanha premiadas nos certames anteriores. E quando a fome apertar, pode optar pelos restaurantes da região ou as tasquinhas existentes no recinto da feira.
Os amantes de máquinas agrícolas vão poder apreciar, durante os três dias, as mais modernas maquinarias agrícolas, em exposição durante os três dias, completando-se o certame com diversas actividades, nomeadamente o 8º passeio de BTT “Tour da Castanha”.
Incluir legumes na alimentação das nossas crianças, por vezes torna-se uma tarefa muito complicada, daí uma grande parte dos pais para não estarem permanentemente a negociar com os filhos acabam por desistir de tentar incutir estes hábitos.
Em julho de 2011, o American Journal of Nutrition , publicou um artigo onde os autores debruçaram o seu estudo em tentar "esconder" os legumes de modo a aumentar o consumo dos mesmos e, simultaneamente, reduzir o consumo energético diário das crianças.
Este estudo foi realizado a 40 crianças, dos 3 aos 5 anos, onde foram introduzidos diferentes purés de legumes em diferentes refeições, ao longo do dia.
No prato da criança continuava a existir os legumes na sua forma "natural" e não em puré, pois não queremos perder de vez a parte visual da criança em se habituar a incorporar sempre legumes na sua refeição.
Como resultado, os autores conseguiram um aumento bastante significativo no consumo de legumes (cerca de 85% das crianças triplicaram o seu consumo). E ainda alcançaram uma redução calórica de cerca de 142 kcal por dia.
Deste modo, por mais "dores de cabeça" que os pais estejam a ter com os seus filhos, temos que reinventar as receitas, e a ideia de transformar os legumes em puré até pode ser bastante divertido. Já se imaginou a fazer um puré azul (couve roxa), verde (espinafres ou grelos), branco (couve-flor), Verde-claro (curgete), cor-de-laranja (abóbora ou cenoura), ou rosa (beterraba).
Pode também utilizar estes purés coloridos e fazer um "Empadão de arco-íris" , com certeza que vai ser apelativo aos olhares desconfiados do seu filho.
Não se esqueça que estas dicas não excluem o prato de sopa nem os legumes no prato.
Mas isto, para vos dizer que as dores de cabeça irão sempre existir se não é pela alimentação é por outra preocupação, ser pai ou mãe é estar sempre em alerta, com ou sem dores de cabeça. E não se esqueçam, tal como Napoleão III citou "A imaginação governa o mundo"
DICA: Coza os legumes em pouca água e sem sal, e no final transforme-os em puré.
E quando os filhos pequenos nos fazem "aquelas" perguntas à frente de terceiros? O que fazer?
"Mamã, o que quer dizer fornicar?" Esta pergunta foi feita pelo Tomás, de 7 anos, filho de uma amiga minha, em pleno metropolitano de Lisboa com uma plateia de passageiros a assistir. A criança lera na parede da estação a frase "Sérgio gosta de fornicar com todas" e, inocentemente, avançou com a pergunta imediata à mãe. É mais do que natural.
A resposta da minha amiga, que baixinho disse ao filho que lhe explicaria mais tarde, não foi certamente a mais indicada, até porque o objetivo era apenas ter sucesso em livrar-se dos olhos curiosos e gozadores dos passageiros espectadores.
Também ela não agiu por mal. É que se muitas vezes nós nem sabemos bem o que responder a perguntas tão básicas das crianças - como por exemplo "como nascem os meninos?" -, imagine-se quando são questões mais constrangedoras como a que o Tomás colocou à mãe, ainda por cima em público.
Há pais que diriam certamente que "fornicar" é uma obscenidade, ou uma palavra feia, alertando a criança para não a pronunciar. No entanto, "fornicar" não é um palavrão, é um verbo e que está no nosso dicionário, apesar de não o usarmos em situações normais, uma vez que tem uma certa carga negativa na linguagem corrente. Neste caso, por ser em público, a resposta da mãe atingiu o objetivo: ultrapassar a situação o mais discretamente possível.
No entanto, este pequeno episódio faz-nos refletir nas perguntas sobre a sexualidade que os nossos filhos pequenos nos podem fazer com frequência, independentemente do espaço ou do tempo. E isso, reforço, é perfeitamente natural, já que a criança tem uma enorme e saudável curiosidade em querer saber e aprender tudo sobre o mundo que a rodeia.
O grande dilema aqui é saber exatamente o que responder, ou qual seria a resposta mais apropriada à idade.
Devemos limitar as nossas crianças à história - mal contada - da cegonha?
Fui procurar saber o que psicólogos infantis pensam acerca deste assunto.
O que diz a especialista Jacqueline Harding aos pais
Jacqueline Harding é especialista no desenvolvimento infantil e conselheira educacional da BBC, abordando este tema também em vários jornais e revistas. Antes de indicar as respostas mais adequadas para dar aos nossos filhos, Jacqueline começa por dar alguns conselhos úteis que todos os pais deveriam ter em conta. Saiba quais.
1 - Falar com os filhos sobre sexo é algo que todos os pais deviam fazer. Quanto mais cedo tiverem essa conversa com eles, mais cedo eles ficam esclarecidos. Não devem esperar para que os filhos comecem a ter uma relação.
2 - Deve-se chamar os órgãos genitais pelo nome, de forma a que sempre que eles ouçam a palavra pénis ou vagina não fiquem embaraçados ou envergonhados.
3 - Não tente arranjar propositadamente uma ocasião para falar sobre sexo. Fale abertamente nas situações que tiver que falar, seja a ver um filme ou a ouvir um comentário impróprio, etc...
4 - Não espere para que seja o seu filho a puxar o assunto, até porque, normalmente, as crianças entre os 9-14 anos têm vergonha de abordar os pais sobre isso.
5 - Utilize a linguagem habitual para falar sobre estes assuntos. Se costuma usar diminutivos, continue a usá-los, mas não se esqueça que eles devem saber o verdadeiro nome das coisas.
Após esta abordagem, Jacqueline Harding aconselha-nos então as respostas possíveis e apropriadas às diversas perguntas dos seus filhos consoante as idades:
Respostas assertivas e apropriadas a perguntas feitas por crianças com idades compreendidas entre os 5 aos 9 anos:
P: Como se fazem os bebés?
R: Um bebé é feito a partir da semente do papá e que se mistura com um ovo especial que está na barriga da mamã. Misturam-se para fazer um pequeno bebé, que vai crescendo até estar pronto para nascer. É assim que tu és feito.
P: O que é sexo, ou fazer sexo?
R:Sexo é um tipo especial de amor, carinho e beijinhos que o papá e a mamã, e os outros casais, dão um ao outro para mostrar que se amam. Às vezes o sexo pode fazer um bebé.
P: Como é que o bebé sai da barriga da mamã?
R:Quando o bebé for grande o suficiente para nascer, o bebé quer sair através de uma abertura entre as pernas da mamã e que se chama vagina. Um médico ajuda o bebé a sair da vagina ou da barriga da mamã.
Respostas assertivas e apropriadas a perguntas feitas por crianças com idades compreendidas entre os 7 aos 9 anos:
P: De onde é que vêm a semente e o ovo?
R: As sementes do papá são feitas dentro dos testículos do papá, que estão por detrás do pénis, a que normalmente chamamos pilinha. Essas sementes saem com um líquido chamado esperma. Há milhões deles. Há dias em que os ovos que estão na barriga da mamã estão prontos para quando a mamã quiser ter um bebé.
P: Como é que eu fui feito?
R:Tu foste feito com as sementes que vieram do pénis (ou pilinha) do papá, que entraram para a mamã e se juntaram ao ovo que está na barriga da mamã. E essa junção fez um bebé. Tu.
Falar de sexo com adolescentes:
É muito importante falar com os seus filhos sobre sexo na idade da adolescência. Deverá explicar os riscos que correm se não usarem contracetivos.
Ao falar com eles sobre sexo, eles irão confiar mais em si e procura-la em situações de dúvidas. No entanto, se antes disso já tiver falado com eles nas idades mencionadas anteriormente, tudo será mais fácil.
A escolha da linguagem mais adequada à educação sexual dos jovens é uma «angústia permanente» que embaraça pais e professores, foi hoje realçado em Coimbra num seminário sobre a matéria.
«A questão da linguagem a adoptar, por exemplo o nome dos órgãos genitais, é uma angústia permanente dos pais», disse Sónia Araújo, uma técnica da Associação para o Planeamento da Família (APF) que participou nos trabalhos.
Também o director executivo da APF, Duarte Vilar, defendeu que «a questão da linguagem é um problema fundamental, não só para os pais, mas também para os professores».
«A educação sexual lá em casa» foi o tema do seminário, uma iniciativa conjunta da APF e da Confederação Nacional de Associações de Pais (CONFAP), que decorreu no auditório do Conservatório de Música de Coimbra.
O sociólogo Duarte Vilar corroborou a opinião de Sónia Araújo para dizer que importa saber «como falar» com os jovens de educação sexual, em casa e na escola, abordando com clareza temas como relações sexuais, homossexualidade, menstruação ou doenças sexualmente transmissíveis, entre outros.
«Qual o quadro de valores pelo qual se rege a educação sexual nas escolas?», afirmou, ao salientar a importância da informação e preconizando que «não é preciso um momento especial para falar disto».
Duarte Vilar sublinhou que, dois anos após a entrada em vigor da lei da educação sexual nas escolas, persistem ainda na sociedade portuguesa diversas «dúvidas e inseguranças nesta matéria».
«Como falar, o que dizer, quando e como?» são algumas das interrogações mais frequentes, designadamente entre pais e docentes, disse.
Segundo um estudo da APF, realizado em 2009 e discutido na sessão, «hoje em dia, os pais estão mais envolvidos na educação sexual dos filhos».
«O estudo revela que pais e mães estão, de facto, envolvidos na educação sexual dos filhos e sempre com grande grau de informalidade», adiantou o mesmo responsável.
Intitulado Ditos e não ditos - Educação sexual e parentalidade , o estudo foi apresentado pela psicóloga Vanda Beja.
O presidente da CONFAP, Albino Almeida, falou dos Mitos, tabus e constrangimentos neste domínio.
«Os constrangimentos são aqueles que decorrem do acertar daquilo que os filhos querem saber», declarou Albino Almeida.
Um dos actuais desafios consiste em «perceber, à luz do conhecimento científico, como podemos melhorar a nossa atitude», referiu, preconizando uma maior aposta na formação dos pais nesta área.
As leis são feitas para pessoas mas, quando a Assembleia da República discutir a maternidade de substituição, os deputados poderão não saber de quem estão falar. São homens e mulheres que escondem o desejo de ter um filho como se planeassem um crime e que aprenderam a calar-se para não se sentirem julgados. Fazem-no tão bem ou tão mal que vivem entre nós e não damos por eles.
Manuel liga para o número de telemóvel que lhe foi dado por um médico, que serviu de intermediário. Ele conhece o nome da jornalista a quem está a telefonar, mas ela não sabe o seu nome. Foi o combinado. No primeiro telefonema, diz que não decidiu ainda, se aceitará dar o seu testemunho. "A maior parte das pessoas não entende isto, nem sei se vale a pena explicar."
"Só quem lida com estas pessoas pode ter ideia do que isto significa. Mas pode-se sempre tentar imaginar a frustração e o sofrimento daqueles para quem esta é a única possibilidade de ter um filho", diz Vladimiro Silva, consultor da Direcção-Geral da Saúde para questões da procriação medicamente assistida e administrador de uma clínica, a Ferticentro, onde aquelas técnicas são aplicadas.
Este médico não sabe quantas pessoas poderão vir a beneficiar da alteração da lei. Aparentemente são poucas, mas a maior parte não procura as clínicas, por saber que a maternidade de substituição é ilegal. Outros fazem-no para se certificarem de que, para terem o seu filho genético, terão de se deslocar aos chamados paraísos reprodutivos.
"Basta ir à Internet: nos EUA há empresas mediadoras e gabinetes de advogados que tratam da escolha do Estado cuja lei melhor se adequa a cada situação, que fazem seguros de saúde para a mãe de substituição e que asseguram que não há problemas com a entrada da criança no país de origem dos pais biológicos. O casal não gasta menos de 100 mil euros", avalia Vladimiro Silva. Quem tem menos posses, diz, pode recorrer à Índia ou à Ucrânia, "onde o processo fica muito mais barato (cerca de 15 mil euros), mas a possibilidade de algo correr mal é muito maior".
Vladimiro Silva diz não saber indicar quem tenha passado por aquele processo. Na verdade, já é difícil arranjar quem admita ter pensado nele.
Os outros contactos com casais que desejam beneficiar da maternidade de substituição envolvem cautelas semelhantes às de Manuel. A insistência no pedido de anonimato, o discurso cuidadoso e a negação da esperança são elementos comuns. O mesmo acontece em relação aos dias de hesitações e à ressalva de que só falam porque "o momento é decisivo".Temem ser "julgados" - nunca discutiram o assunto com mais de quatro ou cinco pessoas (familiares directos ou amigos muito próximos). A maior parte daqueles com quem convivem nem sequer sabe que enfrentam problemas de fertilidade, quanto mais que são irresolúveis sem o recurso à "barriga de aluguer".
Se acha que ter um filho inteligente é um factor genético ou obra e graça do "Espírito Santo" está enganada. Estudos científicos indicam que os pais podem (e devem) cultivar eexercitar o cérebro dos seus filhos. Saiba como.
Sabia que a inteligência não é apenas um factor genético, mas na maioria das vezes pode ser resultado de uma prática constante ou exercícios adequados ao desenvolvimento cerebral do seu filho?
Como mãe, você pode realmente interferir na inteligência do seu filho, basta ter em conta algumas abordagens para promover a aprendizagem da criança ou mesmo incentivar o seu desenvolvimento intelectual.
Gwen Dewar, a antropóloga e criadora do site "Parenting Science ", faz pesquisas científicas associadas ao estudo da evolução psicológica e ao quociente de inteligência cerebral e emocional, estudando ainda os diversos estereótipos infanto-juvenis.
Uma das suas pertinentes opiniões que me chamou particularmente a atenção está relacionada com desempenho escolar. Gwen diz que é errado premiar uma criança por ter obtido bons resultados na escola, ou por ter mostrado um sinal de inteligência num determinado momento. Isso não aumenta a auto-estima da criança ou sequer melhora o seu desempenho escolar. A investigadora é da opinião que este tipo de comportamentos dos pais não passam de ideias pré-concebidas e que, pelo contrário, não acentua em nada a inteligência do seu filho .
Para esta antropóloga, há outras formas de exercitarmos os cérebros dos nossos filhos. Por isso, vamos a essas abordagens:
1. Amamentar o seu filho: pode ser muito importante a longo prazo, já que o leite materno é um bom contributo para o melhor funcionamento do cérebro, fornecendo nutrientes essenciais para a saúde do seu filho, bem comofortalecer o seu quociente de inteligência cerebral e emocional.
2. Atividade física: é fundamental para o desenvolvimento psicológico da criança.
Integrar o seu filho em equipas de desporto, desenvolve em muito a confiança da criança, contribui também para um elevado espírito de liderança e, sobretudo, promove uma forte motivação perante desafios.
3. Jogos de consolas ou de computador: por mais desajustado que isto possa parecer, a cientista, baseando-se num estudo feito pelaUniversidade de Rochester, afirma que ao terem contacto com esse tipo de jogos, as crianças exercitam o cérebro de forma a reconhecerem ou a aprenderem sinais ou indicações visuais mais rapidamente do que aquelas que nunca o fazem ou fizeram.
Por isso mesmo é que muitos professores ingleses começaram a utilizar na sala de aula jogos de consolas para praticar determinados exercícios. De qualquer forma, o que se deve ter em atenção quando nos referimos a este tipo de jogos é que o mais importante é não incentivarmos os jogos que sejam violentos e solitários. No entanto, devemos autorizar de vez em quando todos os outros que desenvolvam o pensamento: os jogos estratégicos, os jogos com a capacidade de planeamento ou ainda os que promovem o espírito de equipa.
4. Incentivar a leitura: é sem dúvida uma forma de melhorar a aprendizagem e contribui eficazmente para o desenvolvimento cognitivo da criança. Mesmo que o seu filho ainda não saiba ler, leia-lhe histórias todos os dias. Faz exercitar muito a sua capacidade de atenção.
5. Atividades extra curriculares: são fundamentais para a capacidade de interagir e de incentivar a curiosidade do seu filho. Os passatempos ou hobbies devem ser uma constante diária na vida do seu filho. Não se esqueça que atrás deste tipo de atividades nascem perguntas, desafios, novos interesses e novos conhecimentos. Por fim, podem desafiar o pensamento critico do seu filho, com a forte probabilidade de criar uma riqueza de auto-consciência.
6. Tocar um instrumento musical: ajuda a moldar o cérebro significativamente.
Os neurocientistas que estudaram a relação existente entre a música e a inteligência verificaram que os músicos têm cérebros completamente diferentes :
"por exemplo, se examinarmos o cérebro de um teclista veremos que a região do cérebro que controla os movimentos do dedo é alargada (Pascual-Leone, 2001)."
"Além disso, em testes cerebrais realizados em crianças entre os 9 e os 11 anos de idade, as crianças que tocam instrumentos musicais têm um volume com mais massa cinzenta, tanto no córtex sensório-motor e os lobos occipital (Schlaug et al 2005), do que as crianças que não tocam qualquer instrumento musical."
Na verdade, os músicos têm muito mais massa cinzenta em várias regiões cerebrais do que os não-músicos.
7. Adeus à fast food. Por mais que o seu filho goste de ir ao McDonald's, ou de comer pizzas, ou até por mais que lhe dê jeito a si fazer para o jantar deles uns hambúrgueres ou uma salsichas rápidas, pense muito bem antes de agir.
Está cientificamente comprovado que uma alimentação saudável é a base para o desenvolvimento mental e motor na primeira infância e especialmente durante os primeiros anos de vida.
O melhor que podemos fazer é dar-lhes alimentos ricos em ferro para o desenvolvimento saudável do tecido cerebral. Saiba que os impulsos nervosos são transmitidos de forma mais lenta se houver deficiência de ferro.
Retire de uma vez por todas da alimentação deles os alimentos que contenham emulsionantes, gorduras e açucares.
Alimentos frescos e cozinhados de uma forma saudável são os mais indicados para crianças em idade de aprendizagem.
8. Sono e pequeno-almoço: deitar cedo e dormir cerca de 10 horas, a juntar a um pequeno almoço reforçado é fundamental para o desenvolvimento do coeficiente de inteligência do seu filho.
As crianças devem ter uma rotina de sono diária e que deve ser respeitada a cima de todas as coisas. O ideal é dormirem pelo menos 10 horas por dia, já que isso lhes vai proporcionar uma boa concentração escolar.
Os seus filhos devem tomar um pequeno almoço reforçado para melhorar a memória, a concentração e a aprendizagem na escola.
Em contrapartida, as crianças que não tomam um pequeno almoço em condições, e que não dormem o suficiente, tendem a cansarem-se mais facilmente, irritam-se com maior facilidade e reagem mais lentamente a novos desafios.
Agora que já sabe (ou recordou) as pistas para tornar o seu filho mais inteligente, comece já hoje mesmo a por tudo em prática, pois eles crescem num abrir e fechar de olhos.
Uma mulher reencontrou-se com a sua mãe biológica, 40 anos depois de a terem retirado à progenitora logo após o nascimento. Este foi o primeiro caso de reencontro - já confirmado por testes de ADN - saído de um passado de tráfico de bebés que está a abalar a vizinha Espanha.
Durante o franquismo, e até quase ao final da década de 1980, o tráfico de bebés foi um negócio em Espanha. Só recentemente é que este país começou a acordar para este capítulo aterrador da sua história, muito graças à acção da Anadir - Asociación Nacional de Afectados por Adopciones Ilegales, que recentemente se manifestaram frente à Procuradoria-Geral espanhola pedindo justiça.
“Este é o primeiro caso de reencontro a que assistimos”, assegurou ao “El País” Juan Luis Moreno, fundador, a par de Antonio Barroso, da Anadir. “Aconteceu em Barcelona, mas ambas preferem ocultar a sua identidade”, acrescentou o responsável.
Sabe-se que, neste caso, a mãe nunca acreditou na notícia dada pelos médicos: que a filha que acabara de dar à luz tinha morrido. Por isso, lutou durante toda a vida para saber a verdade. O seu desejo acabou por se tornar realidade, ainda que 40 anos depois. A sua filha não estava morta e foi ao seu encontro.
Ambas fizeram testes de ADN que confirmaram que são mãe e filha e que a certidão de óbito que tinha sido entregue à mãe há 40 anos era falsa.
Este é o primeiro reencontro provado por testes de ADN, mas é possível que se venham a suceder muitos mais casos. Centenas de mulheres em todo o país já apresentaram relatos semelhantes: depois do parto, o obstetra dizia que a criança tinha morrido e os pais nunca mais viam o bebé. Acabavam a enterrar urnas fechadas sem ninguém lá dentro.
O procurador-geral, Cándido Conde-Pumpido, decidiu remeter para as procuradorias provinciais as queixas dos 261 casos de bebés alegadamente roubados que recebeu na procuradoria no final do mês passado. Paralelamente, Conde-Pumpido nomeou uma pessoa para coordenar as investigações.
Por outro lado, o ministro da Justiça, Francisco Caamaño, comprometeu-se esta semana a facilitar, gratuitamente, os testes de ADN aos afectados, sempre que seja apresentada uma autorização judicial.
Estima-se que estes crimes tenham começado durante o franquismo - muitas vezes eram retirados a famílias simpatizantes da esquerda republicana - e continuado até 1987, quando uma reforma legislativa obrigou os médicos a comunicarem às autoridades cada caso de adopção em que intervinham.
Tão igual e tão diferente de tantas outras, a nossa família é composta por um pai português, um pai francês, um filho americano, uma rafeira loira e uma rafeira morena e desde a semana passada mais dois pequenos peles vermelhas aquáticos…
Desde que declaramos o nosso amor, sempre quisemos que a nossa família crescesse. Como muitas outras famílias arco-íris, o mais fácil, e o que a magnânima lei portuguesa nos autorizava, era termos cães. Mas como muitas outras famílias arco-íris ou unicolor, ainda sentíamos a falta de termos mais um ou uns seres humanos para educar e dar o nosso amor.
A primeira ideia foi a adopção, mas infelizmente está proibido em Portugal para um casal do mesmo sexo. Graças à bendita internet, conseguimos explorar outras vias noutros países. O nosso pressuposto sempre foi que tudo estivesse legal e que os dois tivéssemos direitos iguais sobre a nossa criança. E foi! Graças a lei americana, o nosso filho tem legalmente dois pais. E apesar de um deles ser Português, Portugal não lhe deu a nacionalidade portuguesa, história que se repetiu no consulado francês.
Temos portanto uma família internacional e quem fica a perder são Portugal e França. E não vamos deixar que leis retrógradas nos impeçam de sermos felizes. O nosso filho vai à creche, gostam muito dele e de nós. Vivemos num bairro antigo de Lisboa, toda a gente conhece a nossa realidade, todas as pessoas mais idosas do bairro adoram brincar com o nosso filho e nem reparam que os pais dele são do mesmo sexo: “Ele é tão grande! É normal com dois pais tão altos!!!”.
Tão diferente e tão igual a tantas outras, a nossa família só pede um reconhecimento legal em Portugal, pois o reconhecimento popular, já está!