"Estar desempregado não pode ser um sinal negativo. Despedir-se ou ser despedido não tem de ser um estigma. Tem de representar também uma oportunidade para mudar de vida. Tem de representar uma livre escolha, uma mobilidade da própria sociedade." Pedro Passos Coelho
Há pessoas que tiveram uma vida difícil. Por mérito próprio ou não, ela melhorou. Mas não se esqueceram de onde vieram e por o que passaram. Sabem o que é o sofrimento e não o querem na vida dos outros. São solidárias. Há pessoas que tiveram uma vida difícil. Por mérito próprio ou não, ela melhorou. Mas ficaram para sempre endurecidas na sua incapacidade de sofrer pelos outros. São cruéis. Há pessoas que tiveram uma vida mais fácil. Mas, na educação que receberam, não deixaram de conhecer a vida de quem os rodeia e nunca perderam a consciência de que seus privilégios são isso mesmo: privilégios. São bem formadas. E há pessoas que tiveram a felicidade de viver sem problemas económicos e profissionais de maior e a infelicidade de nada aprender com as dificuldades dos outros. Sãorapazolas.
Não atribuo às infantis declarações de Passos Coelho sobre o desemprego nenhum sentido político ou ideológico. Apenas a prova de que é possível chegar aos 47 anos com a experiência social de um adolescente, a cargos de responsabilidade com o currículo de jotinha, a líder partidário com a inteligência de uma amiba, a primeiro-ministro com a sofisticação intelectual de um cliente habitual do fórum TSF e a governante sem nunca chegar a perceber quenão é para receberem sermões idiotas sobre a forma como vivem que os cidadãos participam em eleições. Serei insultuoso no que escrevo? Não chego aos calcanhares de quem fala com esta leviandade das dificuldades da vida de pessoas que nunca conheceram outra coisa que não fosse o "risco".
Sobre a caracterização que Passos Coelho fez, na sua intervenção, dos portugueses, que não merecia, pela sua indigência, um segundo do tempo de ninguém se fosse feita na mesa de um café, escreverei amanhã. Hoje fico-me pelo espanto que diariamente ainda consigo sentir: como é que este rapaz chegou a primeiro-ministro?
Daniel Oliveira
Retirado do Expresso
Eu não sei se estes dois senhores já se aperceberam da realidade do país porque continuam, como miúdos nos balneários da primária ou do primeiro ciclo, a argumentar um contra o como se um campeonato de medição de pilinhas se tratasse, muito habitual antes das aulas de Educação física: "olha aqui, a minha pilinha é maior do que a tua". "Pois mas a minha estica mais...e o meu pacote é muito maior"
Em relação às listas apresentadas pelos partidos só tenho duas coisas a dizer: Ferro Rodrigues e Fernando Nobre? Já agora porque não o José Cid e a Maya, ou o Malato e o Fernando Mendes? Sempre arrastavam mais pessoas. Nobre parece a Casal boss de um amigo meu. Andava dois metros para a frente e três para trás. E quem foi o génio que se lembrou de Ferro Rodrigues? Os socialistas têm algum baú com tesourinhos deprimentes? Porque não Guterres? Ele tem muita experiência com refugiados. E o PSD? Não lhe apetece ser governo? Se sim que porcaria de lista é esta? Tirando a lufada de ar fresco chamada Francisco José Viegas o resto cheira a requentado. Mofo. PS: Ana Jorge em Coimbra novamente? Veio cá numa excursão na primária e gostou foi? E como diria o caro colega comentador Runaldinho na caixa de comentários o que dizer do "dependente Basilío Horta, que se diz democrata cristão desde pequenino, mas quer tornar-se "independente" por Leiria! Isto sim, é um ginasta que faria corar de inveja um qualquer Alexei Nemov!"
Mas o mais estranho de tudo isto é que enquanto o pais se afunda e parece o Leonardo di Caprio a abanar a mãozita com corpinho a 2 graus despedindo-se de Kate, que bem poderia ser uma espécie de Cavaco Silva mais rude e sem choradeiras - uma Winslet austera, estes dois artistas e respetivos partidos discutem quem ligou a quem, a que horas e em que dia é que estiveram juntos antes de um ir mostrar o pacote a Bruxelas. "Tu disseste que me fazias isto e aquilo. És uma tonta. Parvalhona". Parecem os primeiros tempos de um namoro atribulado, e quem sabe se não serão mesmo, veremos. É que nas questões de fundo as pilinhas destes dois partidos são quase sempre do mesmo tamanho. Defender os boys e os poderes instalados. E se estamos à espera que apareça um Portas ao comando de um submarino salvar o Di Caprio esqueçam. Portas é como os estalinhos de Carnaval, muito barulho mas acabam depressa.
À esquerda nem vale a pena falar. Só pelo discurso os dois partidos já tinham decapitado os senhores do FMI em pleno Terreiro do Paço. O BE e o PCP deviam fundir-se. Isto de continuarem a discutir qual o partido que dá mais vontade de rir com as suas declarações não faz qualquer sentido. Porque não uma única bancada de cómicos? Poupava-se no financiamento aos partidos.
Conclusão: metam as pilinhas para dentro e deixem os senhores do FMI trabalhar, pode ser que estes façam alguma coisa de útil enquanto os senhores se divertem a brincar às eleições. Era engraçado vermos detalhadamente as contas que ninguém mostra.
Via 100 Reféns