
A homossexualidade não é uma escolha. A escolha é entre ficar escondido e sozinho ou assumir e seguir em frente. Ninguém disse que era fácil, mas possível.
Dúvida, silêncio, medo, revelação. Etapas por que passou o jovem Filipe, que na descoberta da sua homossexualidade “queria saber ao certo o que é ser gay”. Personagem de um livro de Margarida Fonseca Santos que sintetiza os relatos que escutou de rapazes e raparigas que querem evitar que outros sofram, como eles, “a violência dos silêncios”. Por isso é contado na primeira pessoa.
“Tinha de ser na primeira pessoa. É a melhor maneira de se sentir as várias dificuldades por que passa alguém que assume a sua homossexualidade ou qualquer outra coisa”, disse a autora no lançamento de Saber ao Certo, na semana passada em Lisboa, a assinalar o Dia Internacional das Famílias (15 de Maio) e o Dia Mundial Contra a Homofobia (17). E sublinhou querer “honrar todas as pessoas que aceitaram partilhar os seus percursos”.
A avaliar pelas famílias que encheram o Centro de Estudos Sociais-Lisboa e pelos agradecimentos públicos recebidos, terá conseguido.
A violência dos silêncios
Margarida Fonseca Santos aproveitou a expressão “violência dos silêncios”, usada por Paulo Corte-Real (da ILGA-Portugal) instantes antes da sua intervenção, para dizer: “É essa violência dos silêncios que mais me custa aceitar. Antes de o adolescente se assumir, contar, há muito silêncio sofrido.”
Esse terá sido “o motor mais forte” para escrever o livro, assim como “as dúvidas, o não se conseguir reconhecer, o ter receio de uma determinada atitude”. E lembrou: “A escolha é só essa, se ficamos escondidos ou se assumimos. A homossexualidade não é uma escolha.”
Também ela, ao escrever, teve medos: “Tive receio de fazer um livro que no fundo significasse que ser homossexual era ter entrada num determinado grupo. Precisamos de viver agrupados e, neste momento, nas escolas é algo muito complicado. Temos de passar e repetir a mensagem de que a homossexualidade não é uma escolha.”
Mãe de Filipe: “– O céu desabou sobre mim… – ouvi-a dizer em sussurros, numa conversa que não era comigo, nem devia ser ouvida por mim – mas foi um instante, um instante muito pequeno. É o meu filho, não muda nada. É o meu filho e eu gosto tanto dele que só me custa pensar nos dias todos que sofreu sem dizer nada!”
Mais mães que pais assistiram à apresentação de Saber ao Certo, uma edição bilingue (português e espanhol), da Editorial Estampa, ilustrada por Francisca Torres, criada em resposta ao desafio de Margarida Faria, da Associação de Mães e Pais pela Liberdade de Orientação Sexual e Igualdade de Género (AMPLOS). Falámos com uma destas mães: Maria Alice Vale de Almeida.
“Sou a mãe do Miguel Vale de Almeida. Sabe quem é?”, pergunta com olhar orgulhoso e sorriso feliz. Sabemos. É antropólogo, professor universitário e o primeiro deputado português assumidamente gay. Participou na XI Legislatura como independente pelo PS e deixou o cargo após ter sido legalizado o casamento entre pessoas do mesmo sexo. “Missão cumprida”, disse ele na altura (Dezembro de 2010).
Retirado do Público

Um polêmico estudo canadense que inclui dados coletados por mais de 50 anos, diz que as pessoas com opiniões políticas de direita, tendem a ser menos inteligentes do que as de esquerda. Ao mesmo tempo, adverte que as crianças de menor inteligência tendem a desenvolver pensamentos racistas e homofóbicas na idade adulta.
A pesquisa foi realizada por acadêmicos da Universidade Brock, em Ontário, e coletou a informação em mais de 15 mil pessoas, comparando o seu nível de inteligência encontrado na infância com os seus pensamentos políticos como adultos.
Os dados analisados são dois estudos no Reino Unido em 1958 e 1970. Eles mediram a inteligência das crianças com idade entre 10 e 11 anos. Em seguida, são monitorados para descobrir suas posições políticas após 33 anos de idade.
“As habilidades cognitivas são fundamentais na formação de impressões de outras pessoas e ter a mente aberta. Indivíduos com menores capacidades cognitivas gravitar em torno de ideologias conservadoras que mantêm as coisas como elas são, porque isso as fornece um senso de ordem”, dizem no estudo publicado no Journal of Psychological Science.
Segundo as conclusões da equipe, as pessoas com menor nível de inteligência gravitam em torno de pensamentos de direita, porque esse os faz sentir mais seguros no poder, o que pode se relacionaa com o seu nível educacional, inclui o jornal britânico.
Mas esta não é a única conclusão a que chegou o estudo.
Analisados dados de um estudo de 1986 nos Estados Unidos sobre o preconceito contra os homossexuais, descobriu-se que pessoas com baixa inteligência detectado na infância tendem a desenvolver pensamentos ligados ao racismo e homofobia.
“As ideologias conservadoras representam um elo crítico através do qual a inteligência na infância pode prever o racismo na fase adulta. Em termos psicológicos, a relação entre inteligência e preconceitos podem ser derivadas de qual a probabilidade de indivíduos com baixas habilidades cognitivas apoiarem com ideologias de direita, conservadoras, porque eles oferecem uma sensação de estabilidade e ordem “, acrescentou.
“No entanto, é claro que nem todas as pessoas pessoas prejudicadas são conservadoras”, disse a equipe de pesquisa.
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Quem quiser conferir a entrevista na revista Psychology Today pode acessar o link (em inglês).
Comentário da pesquisadora: “Aliás, esta constatação corrobora uma das queixas persistentes entre os conservadores. Os conservadores muitas vezes se queixam de que os liberais controlam a mídia, o show business, as universidades ou algumas outras instituições sociais. A hipótese explica por que os conservadores estão corretos em suas queixas. Liberais podem controlar a mídia, o show business, as academia, entre outras instituições, porque, além de algumas áreas da vida (como empresas) sempre que as circunstâncias de compensação possam existir, os liberais controlaram todas as instituições. Eles controlam as instituições porque os liberais são em média mais inteligentes do que os conservadores e, portanto, eles são mais propensos a atingir o mais alto status em qualquer área de (evolutivamente romance) vida moderna.
Retirado de Rodopiou
Quantas vezes diz "sim" quando quer dizer "não"? Talvez já lhe tenha perdido a conta. E as consequências são nefastas para si e para os outros, verdade? Arrepende-se, sente-se mal, culpa os outros, provoca conflitos... Então, porque insiste em manter esse comportamento?
Recusa-se a negar porque receia decepcionar os outros, ferir os seus sentimentos ou criar situações desagradáveis. Aprendeu a dizer "sim" por educação e depois fica a sofrer, faz o que não gosta e até compactua com situações que considera injustas.
Tem de libertar-se do peso negativo do "não" e perceber que ele também tem uma parte positiva. Um não pode revelar honestidade, objectividade, segurança, auto-estima e até fazer aumentar o respeito que os outros têm por si. Além disso, pode ser um dos maiores economizadores de tempo da sua vida. De certeza que consegue identificar situações concretas em que o "não" teria facilitado a sua vida.
Obviamente, dizer um "não" a quem espera ouvir um "sim" é sempre delicado. Por isso, deve preocupar-se menos com o "não" que tem que dizer (porque tem mesmo que ser) e mais com a forma como o vai dizer e o momento em que vai dizê-lo.
Ficam aqui algumas dicas para dizer um "não" com elegância e assertividade:
Ser amável
É mais fácil aceitar um "não" dito com suavidade e educação do que aos gritos e com maus modos. Muitas vezes as pessoas perdem a razão não pelo que afirmam mas pela forma como o fazem.
Agir com firmeza
Depois de estabelecer os limites próprios e alheios apenas há que garantir o seu cumprimento. Se o outro não respeitar esses limites pode demonstrar que não está na disposição de aceitá-lo de todo.
Deixar clara a situação
Não vacile, não dê mil e uma desculpas quando quer dizer "não" e evite dizer "talvez", dessa forma o outro fica com a esperança do "sim" e dá-lhe espaço para voltar a insistir. Diga o que quer ou pensa e explique porquê.
Encontrar o momento adequado
Escolha o lugar e a hora certa. Para falar de coisas importantes deve sentar-se, olhar o outro, olhos nos olhos, e falar sem interrupções.
Experimente. Vai ver que não custa nada.
Via Expresso

Um muito completo circuito na Guatemala, El Salvador e Nicarágua com guia sábio no tema (o jornalista Carlos Carneiro)? Visitar as tartarugas de Cabo Verde ou mergulhar nas maravilhas da Indonésia ou Zanzibar? Volta aos parques da Tanzânia? Ou, algo mais caseiro, como um profundo passeio pelo Gerês? Ideias para umas férias em grande pelo mundo.
Guatemala, El Salvador e Nicarágua
História, cultura, uma boa dose de aventura e ainda acções sociais em zonas rurais onde poderá conhecer de perto a vida dos seus habitantes, são os ingredientes principais desta viagem de 17 dias pela Guatemala, El Salvador e Nicarágua, que tem como guia o jornalista e viajante Carlos Carneiro. Destaque para a visita à cidade colonial e Património Mundial de Antigua, vulcão Pacaya (última erupção em 2010), o colorido mercado de Chichicastenango e o mágico Lago de Atitlan, na Gualtemala. Já em Perquin, uma pequena e acolhedora aldeia de montanha, conhecida como a capital guerrelheira de El Salvador, vai ouvir falar de guerra e de paz, pela boca de um ex-guerrelheiro da FMLN. Finalmente na Nicarágua, o programa reserva-lhe a visita a León, cidade colonial que alberga a maior catedral da América Central, a idílica ilha de Ometepe, um santuário ecológico, onde pode fazer mergulho, passeios a cavalo, caminhadas, avistar aves, macacos e crocodilos e para terminar a charmosa cidade de Granada, com quase 500 anos de história. Preço: desde 2280 euros por pessoa em quarto duplo, com transporte aéreo e terrestres, alojamento em hotéis e casa familiar, algumas refeições, passeios e contribuição para material escolar. Próxima data de partida: 5 a 21 de Agosto.
www.nomad.pt
Tanzânia | Vinte Mil Léguas no Indico
São 14 dias de viagem, com cinco dias em camping Safari e quatro noites em Zanzibar. A viagem foca-se nas maravilhas da Tanzânia, terra de planícies, lagos e montanhas com uma estreita franja costeira (mas o maior país da África Oriental), onde a grande atracção (mas não única) são parques de vida selvagem com o Kilimanjaro a coroar o horizonte. O roteiro cruza os esplendores naturais dos parques do Serengeti e Tarangire, oferecendo os cenários inesquecíveis do Lago Manyara e das crateras de Nogongoro. Em Zanzibar, com estada em ecoresort, tem a possibilidade de descobrir outras maravilhas, as subaquáticas, com snorkelling e mergulho. A próxima partida é a 16 de Julho. Preços desde 2236€ + 1100€ (voo).
www.papa-leguas.com
Cabo Verde | Observação de tartarugas
Esta viagem proporciona a descoberta da ilha da Boavista, considerada a mais hospitaleira de Cabo Verde, berço da morna e com praias que vale a pena desfrutar e também viver uma aventura inesquecível para toda a família, a observação de tartarugas marinhas. Partidas de Lisboa todos os domingos até 25 de Setembro, voo, taxas e estadia de sete noites no hotel e regime escolhido. Preço: a partir de 671 euros por pessoa.
www.terraafrica.pt
Nepal e Butão | Reino dos Himalaias
Esta viagem de 12 dias ao coração dos Himalaias, oferece ao viajante aventura, paisagens de uma beleza incomparável, exotismo, lendas inimagináveis, contemplação e paz. Percorra as montanhas do Nepal e do Butão, observe os cumes permanentemente gelados dos Himalaias e a vastidão da maior cordilheira montanhosa do mundo, conheça os seus templos e mosteiros sagrados e cidades milenares. Destaque no itinerário para a visita a Katmandu, a capital do Nepal, - onde não pode perder algumas atracções, como a Praça Durbar, os templos de Taleju, Sgiva, Narayan e Krishna - Patan, cidade das artes e um dos maiores centros de peregrinação da Ásia e Punakha, antiga capital do Butão. O preço ronda os 3160 euros por pessoa e inclui a passagem aérea, taxas, nove noites em hotéis, 10 refeições, vistos e taxas de turismo no Butão e visitas com guias.
www.lusanovatours.pt
Islândia | Desafio Viking
Prepare-se para viver algumas aventuras fantásticas com o programa "Desafio Viking", proposto pela Nordictur, numa viagem de sete dias que o leva até à Islândia, terra do fogo e do gelo. Destaque para algumas visitas e actividades: Parque Pingvellir, Geyser e queda de água Gullfoss, passeio de rafting nos emocionantes rápidos, passeio a pé pelo Glaciar incluindo escalada no gelo, banhos na Lagoa Azul de águas quentes e termais, passeio a cavalo e cruzeiro para observação de baleias e aves marinhas e para terminar veja porque razão comparam a paisagem da Islândia ao solo lunar, num passeio em motos 4x4. Inclui voos com partidas diárias até Agosto, taxas, guia, alojamento com pequeno-almoço, actividades e algumas refeições. Preço: desde 2190 euros por pessoa.
www.nordictur.pt
Dinamarca | Copenhaga e Parque Legoland
Entre no mundo encantado do Lego, nesta viagem de oito dias, que tem como ponto alto a visita ao Parque Legoland, em Billund. Na construção deste parque de diversões (um dos quatro parques da Lego existentes no mundo), foram usadas mais de 55 milhões de peças de Lego. O itinerário continua pelas cidades de Copenhaga, Roskild, onde vai poder visitar o Museu Viking, um dos mais célebres museus escandinavos e Odense, onde se situa a Casa-Museu de Hans Christian Andersen, autor de numerosos e famosos contos infantis. Avião, taxas, alojamento em hotéis com pequeno-almoço, entradas no parque e aluguer de viatura por quatro dias. Válido até Outubro. Preço: a partir de 1495 euros por pessoa.
www.nordictur.pt
Irlanda | Tesouros irlandeses
Um circuito de oito dias em autocarro de turismo visitando alguns "tesouros" da Irlanda: Belfast, Derry, Sligo, Kylemore, Clifden, Galway, Cork, Kilkenny e Dublin. Inclui a passagem aérea, taxas, estadia em hotéis em regime de tudo incluído, visita a uma destilaria de whisky e fábrica de cerveja. Partidas a 23 e 30 de Julho; 6, 13, 20 e 27 de Agosto. Preço: desde 1580 euros por pessoa.
www.nortravel.pt
Finlândia | Observação de ursos
Deixamos aqui o convite para umas férias no Norte da Europa, dedicadas à vida selvagem com a observação de ursos nas florestas da Finlândia. São sete dias de viagem com estadia em Helsínquia, a capital, onde não deve perder a visita à Catedral Luterana de São Nicolau, a Praça do Senado e do Mercado, o Palácio Governamental, a igreja escavada na rocha de Tempeliaukio e os bairros de arte de Katajanokka e Ullanlinna. A viagem continua para a localidade de Khumo, situada próximo do Circulo Polar Árctico e da fronteira russa, ponto de partida para a observação de ursos castanhos no seu habitat natural, considerados os "reis da floresta finlandesa". O programa contempla ainda a visita ao Centro Natural de Petola, onde pode ver uma exposição dedicada aos animais carnívoros e predadores e um passeio à noite, pela floresta sob o Sol da Meia-Noite. O preço ronda os 1505 euros por pessoa e incluí a passagem aérea, taxas, alojamento em hotéis e em abrigos no Centro de Observação de Ursos, pequenos-almoços, três jantares, um piquenique e tours mencionados.
www.nordictur.pt
Indonésia | Mergulho na Ilha de Sulawesi
A Ilha de Sulawesi, na Indonésia, oferece aos amantes de mergulho, uma costa riquíssima com alguns dos melhores locais de mergulho da Indonésia, com uma diversidade inimaginável de vida aquática, tornando-se também um paraíso mundial para a macrofotografia. A ilha é procurada especialmente por um tipo de mergulhador, os chamados critter hunters, ou caçadores de criaturas, já que esta região esconde alguns dos animais mais exóticos dos mares: peixes mandarins, peixes sapos gigantes, ouriços fluorescentes, cavalos-marinhos pigmeus, entre centenas de outras espécies que provavelmente nunca ouviu falar. Além dos mares não deixe de explorar também as paisagens de montanha, parques nacionais, vulcões, campos de arroz e conhecer um pouco da misteriosa cultura do seu povo, com elaborados rituais fúnebres, búfalos como animais de culto, casas gigantes com formas de barco. O valor a pagar por esta aventura ronda os 2594 euros por pessoa em quarto duplo e inclui a passagem aérea, taxas, sete noites em hotel em regime de pensão completa e forfait de nove mergulhos com material necessário (oito diurnos e um nocturno).
www.opeixevoador.pt
E ainda
Cruzeiro | Danças no Mar
Para quem gosta de cruzeiros temáticos, aqui fica o convite para embarcar no Danças no Mar e entrar no ritmo das danças africanas, salsa, sevilhanas, tango argentino e dança oriental. São três noites a bordo do navio Funchal em regime de pensão completa, transferes grátis de/para Porto e Coimbra, taxas portuárias e espectáculos a bordo. A partida e chegada é de Lisboa, seguindo para Tânger, Málaga e Gibraltar. De 25 a 29 de Agosto. Preço: desde 420 euros por pessoa em ocupação dupla.
www.abreu.pt
Gerês | Férias equestres
Para quem gosta de cavalos e do contacto com a natureza, a Ecotura preparou um programa de férias equestres em território do lobo e dos cavalos selvagens. Durante cinco ou oito dias desfrute de mergulhos em piscinas naturais, banhos de águas quentes termais, passeios a cavalo pela montanha, aulas de iniciação aos cavalos e maneio, piqueniques ao luar com astronomia e merendas no campo com produtos regionais locais. Preço: 375 euros para cinco dias e 570 euros se optar ficar oito dias. Inclui o alojamento em regime de meia pensão e actividades. www.ecotura.com
Via Público

"Nunca se é demasiado rica nem demasiado magra", quem o disse foi Wallis Simpson, a americana por quem Eduardo VIII da Inglaterra abdicou em 1936, e quem disse que ela tinha um corpo perfeito?
A eterna insatisfação da mulher com o corpo é uma constante. Que o diga eu, pois dou a mão à palmatória, quando começo a ver aquele pneu que se recusa desaparecer da barriga, mas que hei-se eu fazer se não consigo resistir a um belo gelado, um saquinho de gomas ou um chocolate com amêndoas?
Mas enquanto a gordura só nos aborrece a nós, nada como uma hora a pedalar numa bicicleta estacionária, ao som de música bem alta, para nos fazer passar a fúria. Este é o meu segredo, isso e pensar ao mesmo tempo que estou a aplicar uns golpes de artes marciais, naquelaspersonas non gratas que vivem à minha volta.
Pior é quando a obsessão pelo formato, mais ou menos adiposo do corpo, nos começa a atrapalhar a vida amorosa. Pelo menos segundo um estudo levado a cabo no Reino Unido, sob o qual 52% das mulheres evitam manter relações sexuais com os seus parceiros, por se sentirem gordas, o que representa, literalmente, mais de metade da população feminina em Inglaterra. Meninas! Então o que é isto!?
Já o segundo estudo perguntava: Prefere ter um corpo de sonho ou uma boa noite de sexo? Parei para pensar? sobretudo a partir de agora, pois quando chegam os meses que antecedem o Verão, é uma tormenta arranjar senha para as aulas de spinning.
Dois minutos depois voltei à Terra e cheguei facilmente à conclusão que seria muito infeliz, se estivesse de acordo com os resultados de uma pesquisa Norte-Americana, segundo a qual 51% das mulheres deste país, abdicariam de sexo durante um ano (bom, caso o sexo fosse mau confesso que também abdicava) se isso significasse ficar em forma.
E agora... os comentários
Das duas uma, ou as mulheres estão, de facto, muito gordas ou então a qualidade de sexo que têm deixa muito a desejar. Se estão muito gordas se calhar está na altura de: não se guiarem diariamente pelos protótipos de beleza que vêem nas revistas e nos filmes (não é fácil), ganharem auto-estima e hábitos de saudáveis, como ir ao ginásio e aprenderem a fazer uma alimentação correcta.
Quanto ao sexo, esqueçam esses medos da gordura, às vezes esta só existe mesmo na nossa cabeça, eles estão desejosos de nos agarrar, mesmo com uns quilinhos a mais. Ah! E outra coisa, acendam a luz, nem que seja a de dezenas de velas no quarto.
Desculpem a franqueza, mas está na altura de parar com dietas doidas e não assumir, de uma vez por todas, que o sexo é bom faz bem (desde que o parceiro ajude), e ainda melhor...queima calorias!
Via A Vida de Saltos Altos
Já passaram alguns anos. Mas há um momento específico que ficará para sempre gravado na memória de Diana Cruz. Num certo verão, quando chegou à praia onde toda a vida passara férias, à medida que caminhava em direção ao mar, ouviu à sua passagem: "Olha, agora esta é fufa!"
Hoje, ao lembrar-se desse sussurro sem a violência que foi ouvir aquilo, dito daquela maneira, no momento em que acabara de se apaixonar, pode até recordar a cena e dizer a frase como se nada fosse. Mas quando as palavras lhe saem da boca passa-lhe subitamente um brilho cortante pelos olhos claros.
"O que me custou mais", diz Diana enquanto vai dando pequeninos golos no chá de jasmim, "foi perceber como era difícil eu própria aceitar. O confronto com os outros foi terrível." Faz uma pausa e enumera: os amigos que deixaram de a convidar, os comentários de uns, a comiseração de outros que a olhavam como se estivesse doente, a irmã que deixou de lhe falar...
"Mas o confronto mais duro foi comigo própria. Estava convencida de que era uma pessoa absolutamente liberal. De repente, percebi que tinha imensos preconceitos e dava muita importância ao olhar dos outros. Não me julgava tão fraca. E isso entristeceu-me."
Paixão avassaladora
O que aconteceu a Diana, quase à beira dos 40, foi isto: "Reparava nela quando nos cruzávamos no corredor. Nessa altura, ainda estava casada. Lembro-me de a ver no supermercado e de ter ficado a pensar. Talvez fosse o ar, uma certa androginia que me atraía inexplicavelmente. Um dia aconteceu. Ao princípio, achei que seria uma experiência, só por curiosidade. Na minha cabeça, uma relação com uma mulher não era uma equação, estava totalmente fora do meu universo. Mas depois apaixonei-me. E foi tão avassalador que não tive hipótese de fugir."
Poderíamos dizer que o mundo desabou, mas não foi exatamente esse o caso. Porque o mundo não desaba assim, apenas recomeça de um modo diferente: "As pessoas perguntavam-me: 'O que é que te aconteceu? Sempre gostaste de mulheres e tinhas medo de assumir?' Exigiam-me definições, ninguém gosta da ambiguidade. E eu também me interrogava: 'Será que andei estes anos todos a fugir?' Depois percebi que não. Os homens não deixaram de me interessar. Tenho a nostalgia da masculinidade, ainda hoje quando chego a um sítio a minha atenção vai para os homens. Mas também passei a ter mais consciência da presença das mulheres. Não sei se voltarei a ter uma relação assim com outra mulher, mas também não sei se conseguirei voltar a estar com um homem com a displicência e a naturalidade com que estava. Nesta relação fui a sítios emocionais a que nunca tinha ido e se passarmos ao plano físico posso dizer, sem vacilar, que foi a minha relação mais libertadora e mais plena. Não me arrependo um segundo."
Ainda é cedo, Diana acabou de largar os filhos na escola, os seus gémeos de 7 anos. Daqui a pouco terá de ir trabalhar. É publicitária, anda atordoada de trabalho e, esta manhã, ao sentar-se à mesa com uma estranha para lhe contar uma parte da sua vida, tão íntima, dá-se conta da dimensão do desabafo: "O que me custa mais é pensar que a minha felicidade pode custar o sofrimento dos meus filhos. Ainda são pequenos, não percebem, pensam que é uma amiga como tantas outras, mas e depois? Gostava de pensar que um dia terei a coragem de ter uma vida em família com esta mulher. Mas ainda há um longo caminho a percorrer..."
Ser ou não ser, eis a questão
Luís Antunes diz ao telefone que o seu testemunho talvez possa interessar: "Toda a vida me senti homossexual. Mas há dois anos apaixonei-me por uma mulher e casei", explicou. Aparece ao encontro depois de ter passado a noite inteira no hospital. É enfermeiro, tem 26 anos. "Eu próprio fique muito surpreendido quando percebi que era bissexual." Porquê a surpresa? "Desde pequeno, toda a aproximação amorosa foi com rapazes: os jogos, os contactos, os primeiros beijos..." Aos 16 anos, o primeiro namoro. E um dia, à hora do jantar, com a família toda reunida, disse: "Tenho uma coisa para vos contar." Pensou que seria simples, que iriam aceitar, "fui muito ingénuo", recorda. "O meu pai negou, as minhas irmãs reagiram mal, a minha mãe não disse nada, mas acabou por fazer um grande esforço para aceitar. Sempre pensou que tinha sido uma falha na educação."
Quando o namoro acabou, já na Faculdade, Luís percebeu que começava a sentir-se atraído por uma das suas amigas do curso. Parecia-lhe que ela sentia o mesmo, e aquilo perturbou-o. "Não sabia se conseguiria relacionar-me a nível sexual." Contou-lhe: "Não me sentia bem em avançar sem dizer nada. Durante umas semanas, isso baralhou tudo. Depois confessei-lhe que estava apaixonado e começámos a sair juntos." Ao princípio foi difícil. A dúvida se seria ou não capaz de corresponder como homem na intimidade com uma mulher mantinha-se. Depois foi acontecendo e acabou por não ser tão linear. "Eu já tinha feito um percurso com um homem e construído toda a minha identidade sexual nesse percurso e na idade adulta fui confrontado com a heterossexualidade. O corpo feminino era-me estranho e tive de redescobrir a minha sexualidade como se fosse a primeira vez."
Também estranhou a visibilidade que agora este namoro podia ter. Sem segredos nem proibições: "Ao princípio, até andar na rua de mão dada me fazia confusão. Não estava habituado a poder ter demonstrações de afeto no espaço público e a namorar às claras sem constrangimentos. Ao comparar as duas situações, percebi quão injusto é para um casal homossexual não poder relacionar-se do mesmo modo. Achei chocante. Se tivesse continuado com aquele namoro, ter-me-ia casado com ele, agora é permitido." E, antes de se ir embora, diz sem hesitar: "Não procurei a normalidade. Aconteceu normalmente. Não passei de homo a hetero. Simplesmente encontrei o meu lugar da bissexualidade."
"Só há poucos anos é que a bissexualidade começou a ser encarada como uma orientação sexual e não como uma zona de transição", explica Joana Almeida, psicóloga na ILGA. "Por isso mesmo, sofria de dupla discriminação entre homo e heterossexuais, por ser considerada uma forma de não se conseguir assumir o lado homossexual. O mais difícil de aceitar é a indefinição. Ninguém gosta da ambiguidade." Também Pedro Frazão, psicólogo clínico, especializado em questões de género, concorda que, entre todas as orientações sexuais, a bissexualidade é a mais difícil de definir. "Na comunidade académica e científica era entendida como uma imaturidade. A partir do Relatório Kinsey publicados entre 1948 e 1953, a nossa sexualidade começou a ser observada como um mapa que se vai construindo e delineando ao logo da vida, sobretudo no percurso das mulheres", afirma o psicólogo. "É um dado que a sexualidade feminina é mais complexa, e nas mulheres a orientação sexual decorre com maior fluidez do que nos homens."
É in ser 'bi'?
Podemos interrogar se a bissexualidade está na moda como tendência entre a população mais jovem, por exemplo, que, livre de preconceitos, é seduzida pela ideia da experiência? "Penso que não", diz Pedro Frazão. "O que acontece é que, em Portugal, a discussão sobre as questões de género têm vindo a conquistar cada vez mais espaço na discussão política. Neste sentido, todas as questões relacionadas com a orientação sexual ganharam visibilidade, o que permite às pessoas sentirem-se mais livres para assumirem as suas escolhas. Não é uma questão de moda."
"A androgenia é uma tendência. A bissexualidade está na moda e vende", diz Alexandra Santos, 24 anos, voluntária na rede ex aequo, a associação de jovens lésbicas, gays, bissexuais e transgéneros (LGBT). Ela trabalha no Projeto Educação da rede e percorre as escolas do país a debater identidade de género: "A orientação sexual é um tema que se discute muito durante a adolescência, e a bissexualidade tem o apelo de ser interessante: sugere mente aberta, capacidade de experimentar... Mas, para além deste aspeto mais superficial, muita gente tem dúvidas sobre a sua identidade, e a bissexualidade é a caixinha da confusão. Mas não basta ter uma experiência homossexual para se ser 'bi'."
Apesar da tendência e da confusão, Alexandra Santos, assistente social, sabe o que sente. Afirma sem vacilar: "Não traio, não sou promíscua, tenho relações duradouras. Gosto de homens e de mulheres em igual percentagem." Soube que a atraíam ambos os sexos quando entrou na Faculdade e começou a perceber "que aqueles sentimentos giros que sentia pelas minhas amigas não eram só amizade". Aí, sim, a confusão instalou-se. Nada tinha ainda acontecido e já ela desesperava. "Ai, ai, o que vai ser da minha vida? Porque todos desejamos a normalidade. Assusta muito perceber que nem sempre é assim", conta Alexandra, agora descontraidamente sentada num café do Chiado. "Depois de me questionar se não seria só uma fase, fiz uma viagem à Bélgica para participar num programa entre jovens europeus, conheci uma rapariga e percebemos que tínhamos muita coisa em comum. Principalmente a nossa fé. Quando voltei, continuámos a falar no Messenger e combinámos encontrarmo-nos. Namorámos alguns meses entre cá e lá e depois terminou."
Foi nessa altura que se aproximou da rede ex aequo. Queria encontrar outras pessoas que sentissem coisas semelhantes e perceber que identidade era aquela. A questão do pecado preocupava-a. Um dia ouviu esta frase de uma crente: "Deus manifesta-se em cada um de nós quando estamos bem e fazemos bem aos outros." Sentiu que poderia ter essa força e arriscou clarificar. Em casa, começou a espalhar discretamente as revistas distribuídas pela rede LGBT até a mãe perguntar: "Aquelas revistas que trazes cá para casa são o quê?" Alexandra falou na ex aequo e explicou o projeto: "E o teu pai sabe disso?" Nessa noite, ao jantar, com as três irmãs e o pai já sentados à mesa, a mãe voltou à carga: "Tu és alguma dessas coisas?" Ela disse: "Tanto poderia casar com um homem como com uma mulher." A mãe ainda tentou dar um ar de normalidade: "Se fosses homossexual, eu aceitava." O pai disse logo que não aceitava e uma das irmãs perguntou-lhe: "O que é que te deu para dizeres uma coisa dessas aos pais?" Alexandra encolheu os ombros: "Porque é verdade."
Hoje acredita que para a sua família seria menos complicado se ela fosse homossexual. Pelo menos, seria uma coisa só. Agora aquilo assim... "Como é que se consegue gostar de homens e de mulheres ao mesmo tempo? Lá está, a questão da promiscuidade. Mas eu sou monogâmica e não tenho namorados e namoradas em simultâneo." Tenta explicar que cada sexo tem as suas diferenças, e ela gosta dessas diferenças. "Sinto-me atraída por pessoas e não por géneros", diz Alexandra. Depois dá conta da frase e desata a rir: "Este é o verdadeiro cliché dos 'cotonetes', não é?"
Pedro Frazão, o psicólogo, esclarece: "Esse é precisamente o discurso da bissexualidade. Interessa é o que se sente por determinada pessoa, independentemente do sexo. Como há uma maior abertura em relação à homossexualidade, essa abertura reflete-se, naturalmente, nos jovens, e observo que cada vez os discursos são menos estanques em relação aos rótulos identitários. Nestas faixas etárias tem-se, naturalmente, menor dificuldade em definir atrações e experiências e há uma noção cada vez mais clara de que todos os percursos são diferentes."
Os pomossexuais. "Já ouviu falar em pomossexualidade?", pergunta Ruben. Espreitamos a Wikipédia: "Pomossexual é um neologismo que descreve pessoas que evitam rótulos restritos como hetero, homo ou bissexual."
Ruben Santos, Raquel Bravo, Marta Cardoso: 19, 17 e 20 anos, respetivamente. São estudantes associativos e muito empenhados em causas cívicas. Ruben e Marta conheceram-se na Associação do Liceu Padre António Vieira. Raquel é animadora de teatro comunitário e amiga de Marta. Os três afirmam perentoriamente que não gostam de definições: "Os rótulos são muito limitadores. Acredito que, ao longo da vida, qualquer pessoa pode sentir emoções pelo sexo de que é suposto gostar e pelo que é suposto não gostar. Não conheço ninguém da minha idade que não sinta essa atração", conta Marta, referindo o seu interesse por raparigas e a maneira como gosta de viver cada uma das suas relações. Por agora está menos interessada no género masculino. Mas, aos 18 anos, ainda nada precisa de ser definitivo.
Também Raquel Bravo tem dificuldade em usar claramente uma palavra que a classifique: "Sei o que não sou", diz, tentando clarificar. "Não sou hetero, nem homo. Durante cinco anos tive um namoro fortíssimo com um rapaz que morreu e depois a minha relação com os homens mudou. Era como se estivesse a traí-lo. Quando entrei no meio artístico, tive as minhas primeiras relações lésbicas", conta Raquel descontraidamente: "Não quero casos. Quero definitivamente estar com alguém que seja minha e eu dela. Não sei se será um homem ou uma mulher, também não me preocupa. Gostar é simplesmente gostar."
Ruben Santos, o rapaz que também não sabe se é ou não homossexual, tem a teoria de que todas as pessoas, se pudessem, seriam 'bi' e acredita que só não são por uma questão de educação. "Como é que uma pessoa pode dizer sim ou sopas se não experimentou?", interroga. "Se temos várias opções, porquê aceitar uma só?" Excluir, logo à partida, a possibilidade de atração por pessoas do mesmo sexo pode ser uma construção. "Para um rapaz, custa muito aceitar. Cheguei a ter nojo de mim. Fazia-me confusão a ideia de uma relação estável ou de envelhecer ao lado de um homem. Agora, embora ainda sinta algum medo desse quotidiano, já não penso tanto nisso."
Marta, que em breve irá para a universidade e tem ideias muito próprias sobre o amor, conta que nunca se sentiu excluída ou posta de lado quando está com uma rapariga. Os amigos todos sabem e aceitam. Afirma que na sua geração é normal nos liceus os casais homo andarem abraçados: "Ninguém liga. Nem os professores."
Ruben, apesar das dúvidas, por agora não lhe interessa pensar em escolhas. Neste momento, namora com um rapaz. Mas sabe que quer ter filhos seus. E não é só isso: "Gosto do masculino e do feminino. De proteger e de me sentir protegido quando me deito num abraço", reflete.
"A bissexualidade é a zona invisível", diz Joana, a terapeuta. "A ânsia de sabermos o que somos, de nos definirmos, tem a ver com a eterna necessidade de tentarmos perceber porque nos apaixonamos por A ou por B. Nunca sabemos porque nos apaixonamos, e mesmo para a ciência continua a ser um grande mistério."
(Nota - Diana Cruz, Luís Antunes e Marta Cardoso são nomes fictícios.)
Publicado na Revista Única de 29 de Janeiro de 2011
Via Expresso
Pôr todos os meses algum dinheiro de parte foi a forma conseguida por Pedro Martins para planear a sua reforma. O Plano Poupança Reforma (PPR) foi o instrumento escolhido. "Na altura apresentava benefícios fiscais bastante atractivos e, ao mesmo tempo, tinha a vantagem de nem sequer ver o dinheiro, já que este é transferido automaticamente todos os meses para o PPR", diz ao i.
Mesmo com a redução dos benefícios fiscais, o comercial garante que vai continuar a investir neste produto. Tudo em nome de uma reforma mais descansada. "Se não for assim, muito dificilmente continuava a fazer um pé-de-meia. Já me habituei a não contar com esse dinheiro no final do mês e, como optei por fazer transferências reduzidas, não causa um grande impacto no orçamento."
A verdade é que este não é um caso isolado. Planear a reforma com alguma antecedência para evitar desagradáveis surpresas é cada vez mais a estratégia seguida pelos portugueses. No entanto, nem sempre é uma tarefa fácil, já que o orçamento familiar para a maioria dos consumidores está cada vez mais asfixiado.
Para alguns especialistas o truque é simples: poupar no mínimo 10% dos rendimentos mensais para esse fim. Além do valor também a idade deve ser tida em conta. A Deco lembra que esta decisão deve ser tomada o mais cedo possível. Um dos erros típicos é assumir que basta preocupar-nos com este assunto a cinco ou 10 anos da reforma. Uma visão que pode trazer desagradáveis surpresas, já que em cinco ou 10 anos dificilmente iremos poupar o suficiente para complementar a pensão de reforma.
Mas vamos a números. Se poupar 50 euros por mês a partir dos 40 anos consegue juntar mais de 25 mil euros até aos 65 anos. Conclusão, "é preferível constituir uma poupança pouco a pouco do que adiar a decisão, já que consegue atingir uma poupança considerável a partir de quantias reduzidas", admite a associação. Esta refere, no entanto, que o consumidor não deve aplicar todo o dinheiro em produtos a longo prazo, uma vez que, pode vir a precisar dessa verba para responder a algum imprevisto.
acautelar o futuro De acordo com o Axa Barómetro 2010, os reformados portugueses começam a poupar mais e mais cedo face aos congéneres europeus. Segundo as conclusões deste inquérito, a população reformada começou a poupar, em média, aos 38 anos, num montante médio de 4400 euros anuais (mais 5% do que a média da Europa Ocidental). Também a população reformada preparou-se melhor que os actuais trabalhadores, de entre os quais, apenas quatro em dez pessoas já o começou a fazer.
Onde investir? Há várias ofertas no mercado, cabe ao consumidor escolher a modalidade que mais se adequa ao seu caso. O cliente deverá ter em conta alguns factores, nomeadamente a necessidade de diversificar os investimentos, o perfil de risco do investidor e o espaço de tempo até à chegada da reforma. A partir daí é só escolher o produto mais indicado (ver caixas e testemunhos).
Os PPR são os produtos eleitos pela maioria dos consumidores, mas também aqui a Deco chama a atenção para alguns factores. Por exemplo, quem tem menos de 35-40 anos não deve investir ainda em PPR. Nesta faixa etária os portugueses devem investir em áreas com forte exposição aos mercados bolsistas - nomeadamente fundos de acções ou mistos agressivos - numa lógica a longo prazo. Segundo a associação, a idade ideal para investir neste produto ronda os 40 anos. "Isso não significa que pessoas mais novas descurem a poupança para a reforma", conclui, "existem sim ofertas alternativas".
Cinco alternativas de poupança
Plano poupança Reforma (PPR)
É o instrumento de poupança mais conhecido junto dos consumidores portugueses e é o que tem mais adeptos. A maioria da oferta tem capital garantido, como tal o perfil de risco é moderado. Os benefícios fiscais inerentes a este produto ditaram o seu sucesso nos últimos, no entanto, o governo impôs limites a estes benefícios já este ano. Passou a existir um tecto máximo ao valor dos benefícios de que os contribuintes poderão usufruir. Estes limites serão bastante restritivos e vão variar entre os zero e os 100 euros consoante os escalões de rendimento. Não se esqueça que agora é mais fácil movimentar um PPR caso não esteja satisfeito com a performance do produto, ou seja, pode transferir o capital investido para um PPR de outra instituição. O processo foi simplificado em 2009, altura em que foram impostas comissões máximas que os bancos e seguradoras poderiam cobrar por este processo. Desta forma, transferir um PPR que não tenha garantia de capital deixou ter qualquer custo. Já no caso dos produtos com garantia de capital, a comissão máxima prevista é de 0,5% do valor a resgatar.
Via Ionline