"Primavera Global" é o nome do movimento de protesto internacional decorre entre sábado e quarta-feira. Em Portugal estão marcadas ações de protesto e reflexão para sete cidades.
"A Primavera Global está a chegar, vamos tomar as ruas!". É este o repto lançado pelos organizadores portugueses do movimento de protesto internacional que irá decorrer, entre sábado e terça-feira, em cerca de 350 cidades de 40 países dos quatro continentes.
Em Portugal, estão anunciadas ações - que vão desde manifestações, a debates, worshops e atividades culturais - em Lisboa, Porto, Coimbra, Braga, Santarém, Évora e Faro.
Sábado é o dia que conta com a maior parte das iniciativas. Em Lisboa, está marcada para as 15h uma concentração no Rossio, que irá seguir até ao Marquês de Pombal. No Porto, a concentração terá lugar, a partir das 11h, na Avenida dos Aliados. Em Coimbra, às 14h, na Praça da República.
"Decidiu-se celebrar as Primaveras várias, desde as árabes ao 12 de março em Portugal, ao 15 de maio em Espanha e aos subsequentes movimentos de indignados que surgiram em diversos pontos do mundo", refere Paulo Raposo, um dos organizadores da Primavera Global PT.
O movimento internacional organizado através da Internet conta entre nós com ações promovidas por novos movimentos de contestação e cidadania como os Precários Inflexíveis, Movimento Gerações ou Assembleia da Graça.
"Queremos despertar a cidadania"
"Não é um protesto de queixume e pieguice. É um protesto de propostas. Queremos mudar, queremos despertar a cidadania que tem estado muito ativa nos últimos tempos e que percebam que somos parte da solução", afirma Paulo Raposo.
O manifesto internacional da Primavera Global assenta em dois eixos fundamentais: a criação de uma economia social solidária e uma democracia mais participativa. "É isso que vamos tentar discutir sábado em todo o mundo. É uma manifestação pacifica, apartidária e aberta a toda a gente, desde que dentro do espírito de tolerância e não discriminação da Primavera Global", refere Raposo.
Dentro das ações que decorrem sábado em Lisboa, a partir das 17h tem início a iniciativa as "Ideias Saem à Rua", que conta com debates públicos sob temas como "Dívida portuguesa, canabalização de um povo" ou "Da Geração à Rasca à Primavera Global, como continuar?", worshops e atividades para crianças.
Numa ação de incitamento à "desobediência civil", o denominado Grupo de Transportes dos Indignados de Lisboa desafia a que, entre sábado e terça-feira, se viaje nos transportes públicos sem pagar.
Retirado do Expresso
É já esta quarta-feira. A Wikipedia britânica vai encerrar por 24h, juntando-se ao protesto contra proposta de lei antipirataria nos EUA. Google e Facebook ameaçam também promover um blackout na Internet.
O fundador da Wikipedia , Jimmy Wales, confirmou hoje que a versão inglesa da enciclopédia digital vai juntar-se ao protesto contra uma proposta de lei antipirataria nos EUA, suspendendo o serviço por 24 horas na quarta-feira. Também o Google e o Facebook ameaçam paralisar.
A proposta de lei "Parem a pirataria online" ("Stop Online Piracy Act", ou SOPA, no acrónimo original) tem sido fortemente contestada nos EUA, desde ativistas a empresas de Silicon Valley. A SOPA prevê a suspensão de sites e a prisão dos responsáveis por publicar conteúdos ilegais. Segundo os seus defensores, a lei poderia diminuir a pirataria na rede e ajudar a desmascarar sites que vendem drogas.
Mas enquanto várias empresas de conteúdos encaram a lei como importante para a proteção dos direitos de autor, outras, como a Wikipedia, o Google e o Facebook opõem-se ao documento, que consideram uma intrusão no seu trabalho. Para estas empresas, a SOPA seria um atentado à liberdade de expressão, e atuaria como uma espécie de censura.
Das 5h da manhã de quarta-feira às 5h da manhã de quinta (horas de Lisboa), a Wikipedia vai encerrar, à semelhança de outros serviços, como o reddit, depois de Jimmy Wales o ter anunciado na sua conta de Twitter: "Espero que a Wikipedia derreta os sistemas telefónicos em Washington na quarta-feira. Digam a toda as pessoas que conhecerem!".
De acordo com o fundador da Wikipedia, mais de 100 milhões de pessoas serão afetadas pelo corte, estando a suspensão do serviço nas outras línguas a critério das respetivas comunidades.
"Alerta aos estudantes! Façam o vosso trabalho de casa cedo. A Wikipedia vai protestar contra a lei má na quarta-feira!", escreveu Jimmy Wales no Twitter hoje à tarde.
Uma página intitulada "Luta pelo futuro", com 116 mil seguidores no Facebook, acusa a lei proposta de poder "quebrar a Internet" por causa das "imensas maneiras de como vai refrear a liberdade de expressão e inovação", segundo o modelo da carta que têm enviado aos membros do Congresso.
No seu blogue destinado à petições públicas, a Casa Branca comunicou no passado sábado que não vai apoiar a SOPA, pelo que a proposta poderá não vir a ser aprovada.
"Embora acreditemos que a pirataria online pelos sites estrangeiros seja um problema sério, que requer uma resposta legislativa séria, não vamos apoiar qualquer legislação que reduza a liberdade de expressão ou enfraqueça a inovadora dinâmica da internet", defenderam os conselheiros do Governo norte-americano.
Segundo Victoria Espinel, Aneesh Chopra e Howard Schmidt, a decisão é válida também para a Protect IP Act, conhecido como PIPA, um projeto de lei semelhante à SOPA. Os três disseram ainda que uma nova legislação contra a pirataria será elaborada em 2012, mas pretende apenas "restringir a fonte de infração dos direitos autorais".
Rupert Murdoch, dono da NewsCorp e a favor da lei, criticou a decisão do Presidente dos EUA. Na sua conta no Twitter, Mudorch afirmou: "Obama aliou-se aos patrões do Silicon Valley que ameaçam os criadores de software com pirataria. O líder em pirataria é o Google, que transmite vídeos gratuitamente e vende publicidade alusiva aos mesmos. Não é de admirar que gaste milhões em lobby".
Via Expresso
Um grupo de amigos voltou a colar vários autocolantes com logótipos de empresas e do FMI nos diagramas de rede das carruagens das composições que circulam nas linhas verde, vermelha e amarela do Metro de Lisboa.
'Restauradores Repsol', 'Marquês de Pombal EDP', 'São Sebastião Banco BIC', 'Campo Grande Zon Multimédia', 'Oriente Vodafone' e 'Terreiro do Paço FMI' (Fundo Monetário Internacional) são os nomes atribuídos mais uma vez pelo grupo, que há uma semana tinha colado a primeira série de autocolantes.
«Queremos usar o diagrama como forma de protesto com a parceria da PT na Baixa-Chiado [que alterou o nome da estação para Baixa-Chiado PT Bluestation em Setembro] o Metro está a vender o espaço público, uma decisão que não foi debatida com os cidadãos e da qual não há nenhuma informação disponível», disse à agência Lusa um dos anónimos que está envolvido na acção.
As cerca de 20 pessoas envolvidas nesta acção são utilizadores do Metro, estão ligadas à área da comunicação, design e arquitectura, têm entre 25 e 50 anos e viram nos autocolantes uma forma de demonstrarem a sua indignação pela parceria com a PT.
«Ninguém diz que não possa haver mecenato de empresas privadas a públicas, mas há outras formas de o fazer. Não esta apropriação do espaço público. Há espaços para a publicidade, não é ocupar todo o espaço, que as pessoas têm de usar especificamente para se deslocarem», afirmou à Lusa outra das pessoas ligadas ao grupo.
«Nós somos cidadãos e utilizadores antes de consumidores de marcas. Queremos que as pessoas ao verem os autocolantes debatam este tema. Depois da Baixa-Chiado o que acontece? As restantes estações também vão ser vendidas? Até onde é que vamos? Qual é que é o limite da venda do espaço público», questionaram.
Além de lançar o debate, este grupo de cidadãos pretende que a parceria da PT na Baixa-Chiado “seja uma vez sem exemplo” e que «acabe já», pela «invasão da marca» no espaço público.
«Queremos dizer basta às marcas, mas também defender que as empresas públicas não podem ser como os cegos que andam no Metro e perguntam 'Quem tem a bondade de me auxiliar?'. Não podem ser os directores de marketing a decidir como é que o espaço público funciona», afirmaram.
Com a parceria, que dura quatro anos, além da alteração do nome, a estação da Baixa-Chiado ganhou cores azuis, que identificam a marca da empresa de telecomunicações, um painel informativo, wi-fi grátis, 'delimitadores' de plataforma iluminados e um programa lúdico-cultural durante os 365 dias do ano, com acções temáticas diárias sempre diferentes e um tema por mês.
Via Sol
Via Expresso
Cerca de 100 mil pessoas saíram à rua em Lisboa, numa manifestação pacífica que acabou por ter alguns momentos de tensão. Veja as imagens do protesto, captadas por Tiago Miranda e Nuno Fox, fotojornalistas do Expresso. Clique para visitar o dossiê Protesto 15 de outubro
Via Expresso
Saiba qual é a resposta das mulheres colombianas ao problema do buraco na estrada
Podia ser a trilogia de um filme, mas não é. Não é ficção, mas, na Colômbia, a vida sexual de uma pequena cidade da Colômbia transformou-se em assunto de Estado. E como? As mulheres da terra iniciaram há mais de três meses uma greve de sexo em protesto contra o estado da estrada.
Agora, as mulheres e os homens de Barbacoas celebram o início das obras na via que une o município à capital do estado . Até o ministro dos Transportes da Colômbia esteve presente na cerimônia.
«Estamos muito felizes, mas isso (as obras) é apenas o começo, e costuma-se dizer que o final é sempre o mais agradável», disse à BBC a juíza Maribell Silva, uma das organizadoras do protesto. Na rua, dão-lhe os parabéns, mas deixam um apelo: «Aguentem até que nós tenhamos segurança, até que tenhamos a rodovia pronta», mas, a juíza informa, entre risos, que as mulheres « já desmobilizaram».
Esta não é a primeira vez que colombianas recorrem à «greve das pernas cruzadas» como forma de protesto. Em 2006, as mulheres de membros de algumas gangues recusaram a ter relações sexuais até que eles deixassem as armas. Maribell Silva conclui que o sucesso da greve de sexo em Barbacoas pode servir de exemplo para o resto da Colômbia: «Estamos tentando convencer o país de que, de forma pacífica, podemos conquistar muitas coisas».
Via TVI 24
José Pacheco Pereira parece viver num mundo à parte, numa realidade muito própria e diferente da dos demais que o rodeiam. Com a esquerda no coração mas sentado confortavelmente à direita e habituado que está a fazer o ponto-contraponto daquilo que o próprio selecciona, parece por vezes esquecer-se que há mundo para além das suas próprias barbas. E que nesse mundo "distante" vivem pessoas que têm o direito de expressar a sua angústia, a sua livre opinião, fartas que estão de conversa fiada para boi dormir e alguns ganharem uns cobres. Como nem todas têm a "sorte" de ter um programa de televisão para o poderem fazer sem contraditório, escolhem o sítio mais democrático que existe para manifestarem o que lhe vai na alma: a rua - dispersas nas praças por esse país fora.
Ora como José Pacheco Pereira seria mais um dos que achavam, do alto do majestático pedestal de pseudolíderes opinativos cá do burgo, juntando-se a outros como Miguel Sousa Tavares e afins, que esta manifestação seria um total e rotundo flop, sem organização, sem ideias, sem ordem ou rumo, sem qualquer sentido. Ora meus amigos "metam uma rolhinha" como diz o povo, e desculpem a brejeirice, mas desta vez merecem. A azia é um prato que se serve frio. É como a saladinha de polvo ensalsada. E ontem ao jantar o Rennie deve ter sido prato do dia para muita gente.
Sábado, por volta das 17:00 horas, Pacheco Pereira apercebeu-se que afinal Portugal é um bocadinho maior do que um estúdio de televisão, pelo menos umas 300 mil vezes maior, e decidiu por isso atirar-se à comunicação social que fazia a cobertura do protesto, já que sobre o protesto pouco poderia dizer, as imagens que o deveriam estar a atormentar e exasperar falavam por si:
O espantoso relato "jornalístico" da manifestação de hoje "em directo" pelas televisões e nalguns jornais que se dizem de "referência", mostra como o jornalismo português está a milhas de qualquer deontologia básica da informação e de qualquer critério mínimo de qualidade profissional. Alguém faz sequer nas redacções uma vaga ideia de como nenhuma televisão (e jornais) sérios em todo o mundo faria isto? Hoje voltou-se ao PREC e aos comícios em directo. Hoje a televisão de Hugo Chávez foi o padrão do "jornalismo" português. JPP - "Abrupto" (blogue)
Claro que não caro José. Nenhuma televisão ou jornal portugueses sabiam efectivamente o que estavam ali a fazer. É tudo gente pouco séria. Pelos vistos nem sequer a estação para a qual o José trabalha fez uma cobertura isenta. Só mesmo o José Pacheco Pereira saberia a melhor maneira de cobrir este protesto. Acho até que deveriam abrir uma escola de jornalismo de elite chamada "Nova Escola Superior de Comunicação Social José Pacheco Pereira". E o José deveria ficar encarregue da unidade curricular "Acompanhamento de manifestações e protestos como deve ser".Enfim, haja paciência para aturar ministros da propaganda sem cadeira.
Via 100 Reféns
Com 18.700 inscrições em apenas quatro dias subiu para quase o triplo o número de pessoas que no Facebook promete juntar-se ao "Protesto da Geração à Rasca" , marcado para dia 12 de março. Inicialmente programado para acontecer apenas na Avenida da Liberdade, em Lisboa, a iniciativa já foi alargada ao Porto, na Praça da Batalha.
Para estimular a adesão ao protesto foi criada outra página no Facebook, intitulada "Vamos lá, 1 milhão na Avenida da Liberdade pela Regeneração Política" . Tal qual como nos protestos organizados via Facebook para as revoltas em Marrocos, Líbia e Egito, os comentários multiplicam-se hora a hora, mantendo a discussão acesa.
"Às 15h00 do dia 12 de março, esta geração de desempregados, trabalhadores subcontratados e estagiários reúne-se para mostrar aos dirigentes políticos e aos empregadores que está 'à rasca'", escreveu hoje um dos precários que promete fazer parte do protesto. Relembrando os vários tipos de precariedade existentes, a resposta surge logo de seguida pela mãe de outra utilizadora do Facebook: "Não sejamos redutores. Este protesto é igualmente para a geração de empregados ou pequenos empresários, que estão do lado desses desempregados, e que, descontentes como eles, também não aguentam mais ver o país a ir ao fundo e as oportunidades de uma vida melhor fugirem por entre os dedos".
Há quem proponha que todos vistam camisolas pretas em sinal de luto e quem sugira o recurso às bandeiras nacionais "como na altura do Scolari" durante o Euro2004 de Futebol. Os organizadores sugerem que cada participante leve uma folha A4 com o motivo que os levam a estarem presentes na manifestação, com a promessa de posterior entrega de todas as folhas na Assembleia da República. E para que os ânimos não se exaltem no dia 12, os pedidos para "um protesto pacífico também se multiplicam: "Não queremos violência nem extremismos mas antes persistência!".
E se já são muitos os que incitam ao protesto, as mensagens de internautas mais céticos quanto à real adesão no dia marcado também começa a crescer. "Infelizmente a inércia é muito grande no povo português!", lembra um dos utilizadores do Facebook. Os mais entusiastas respondem: "Bora pessoal! Toca a sair de casa. Pelo menos sabem que fizeram algo para tentar mudar as coisas e não se limitam a ficar a olhar para o telejornal...".
Via Expresso