Sexta-feira, 13.01.12
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França estava avaliada com um rating AAA pela S&P há 37 anos

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França estava avaliada com um rating AAA pela S&P há 37 anos

 

A ameaça concretizou-se e abre um novo capítulo na composição dos ratings na zona euro: a agência Standard & Poor’s (S&P) fez nesta sexta-feira uma vaga de cortes que abrange nove países e retira à França e à Áustria a nota máxima de avaliação. Portugal fica classificado com uma nota já considerada “lixo” financeiro. A Itália fica pela primeira vez abaixo do patamar A.

 

ratings de Portugal, Itália, Espanha e Chipre baixaram em dois níveis, enquanto os de França, da Áustria – que perdem o triplo A – e de mais três países (Eslováquia, Eslovénia e Malta) foram cortados em um nível.

Portugal viu o seu rating descer em dois níveis, de BBB- para BB, ficando, assim, classificado por todas as três grandes agências de notação norte-americanas com o rating considerado nos mercados sem categoria de investimento. 

A confirmação foi dada oficialmente pela S&P ao início da noite, já depois de fechar a bolsa de Nova Iorque, e de a agência Reuters ter avançado a informação durante a tarde. 

A ameaça de cortar o rating à Alemanha, a maior potência da zona euro, e um dos seis países que até agora tinham a nota AAA, não se confirmou. Mas o grupo de países da zona euro avaliados com nota máxima fica reduzido a quatro: sem a França e a Áustria, restam a Alemanha, a Holanda, a Finlândia e o Luxemburgo com o triplo A. Todos tinham sido avisados, a 5 de Dezembro, que as suas dívidas estavam em processo de revisão.

As reacções políticas em França, a segunda maior economia da moeda única, ouviram-se ainda antes de a S&P se pronunciar, logo que o ministro das Finanças, François Baroin, confirmou que o Governo fora notificado da decisão. 

 

Via Público



publicado por olhar para o mundo às 23:13 | link do post | comentar

Segunda-feira, 11.07.11

 

 

Há exactamente um ano, quando a Moody's descia o rating da dívida portuguesa e uns poucos  manifestavam a sua indignação, a esmagadora maioria dos economistas e comentadores especializados mostraram o seu desdém: andávamos a queixar-nos de quem apenas analisa factos e emite opiniões em vez de tratarmos de nós. Um grupo de economistas - daqueles que, por não alinharem pela propaganda oficial, raramente falam nos media - apresentou uma queixa à Procuradoria Geral da Republica em que se mostrava como estas agências manipulam de forma deliberada e em interesse próprio  os mercados. Ficaram quase sozinhos. 

 

Sobre estas agências e a suposta insensatez de quem as criticava, disse, na SIC, a 31 de Março, o jornalista e comentador económico José Gomes Ferreira: "Estes ratings dos bancos e da nossa dívida que estão todos os dias a cair, reflectem o quê? O conhecimento dos investidores dessa realidade [das contas públicas]." Realidade pela qual o governo de então deveria "pedir desculpa".

 

O nosso Presidente também lamentou o tempo perdido com moinhos de vento. Cavaco Silva avisava que "não compensa absolutamente nada para a economia portuguesa e para o emprego em Portugal estabelecer uma retórica de ataque aos mercados". E deixava o aviso: "ninguém conte comigo para prejudicar o país numa retórica desnecessária que é absolutamente negativa para o emprego no nosso país". E, sobre a descida do rating, há um ano, dizia: "Não vale a pena recriminar as agências de rating. O que nós devemos fazer é o nosso trabalho para depender cada vez menos das necessidades de financiamento externo. Quando nós não precisarmos de pedir dinheiro no estrangeiro não temos de nos preocupar com agências de rating".

 

O governo mudou. O programa que estes políticos e comentadores defendiam foi finalmente aprovado. O nosso rating voltou a descer e agora é "lixo". O que nos dizem agora estas mesmas pessoas sobre as intocáveis agências?

 

Para José Gomes Ferreira, que voltou ao tema a 6 de Julho, "só os ingénuos acreditam que esta descida do ratings da Moody's em quatro pontos tem a ver com critérios puramente técnicos". O que dantes reflectia a nossa realidade passou a ser coisa em que só ingénuos acreditam. Aquilo pelo qual antes o governo devia "pedir desculpa" passou a "isto não é uma questão portuguesa". As agências, que apenas davam "conhecimento" aos investidores, agora "servem os insteresses obscuros da América contra o euro e os alvos fáceis são a Grécia e Portugal" e de "investidores que querem ganhar dinheiro com os CDS". Felizmente, disse, "nós, jornalistas, podemos dizer com clareza o que os políticos não podem". Podemos? Quando?

 

Mas mais extraordinário é mesmo o nosso Chefe de Estado, que esquecendo o apelo para o abandono da "retórica contra os mercados" e a constatação de que "não vale a pena recriminar as agências de rating" passou, subitamente, mas só para espanto dos ingénuos que ainda acreditam na sua seriedade política, para o outro lado da barricada. "Àqueles que sofrem de ignorância na análise, eu apenas posso recomendar um pouco mais de estudo", disse, referindo-se à Moody's. Do tom professoral dirigido a quem criticava as agências de rating passou para o tom professoral dirigido às "agências de rating norte-americanas" que, afinal, "são uma ameaça". Coerente, só mesmo a altivez do costume.

 

Os comentadores dizem o que querem. Apenas falam em seu nome. Concordamos ou discordamos e pronto. Grave é quando um presidente, ainda por cima recorrendo ao seu suposto conhecimento técnico, manda toda a gente calar-se perante decisões que afetam o País quando se quer ver livre de um governo e é o primeiro a gritar quando o governo é da sua cor política. Porque ficamos a saber que antes do Estado que representa está o seu partido. Que antes do rigor está o cinismo. Que antes da verdade está a propaganda política.

 

Ou o que o Presidente da República dizia há um ano não fazia sentido e Cavaco Silva, para prejudicar o governo, não hesitava em trair o seu País através do silêncio; ou o que diz hoje está errado e para defender um governo não hesita em ser irresponsável. Ou o seu silêncio era oportunista ou as suas palavras são imprudentes. Não se pode dizer para não recriminar quem depois se ataca só porque o partido que governa muda entre uma declaração e outra. 

 

Publicado no Expresso Online

 

Daniel Oliveira

 

Via Arrastão



publicado por olhar para o mundo às 23:07 | link do post | comentar

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