Ray Bradbury, o escritor que deu nova dimensão à ficção científica, morreu nesta terça-feira, aos 91 anos, anunciou a sua filha.
O norte-americano foi um ícone e uma inspiração para muitas gerações e será sempre recordado pela sua obra mais emblemática, Fahrenheit 451, um romance distópico escrito em 1953 que imagina um mundo sob um regime totalitário onde os livros são proibidos, bem como o pensamento crítico. O título tem origem na temperatura a que o papel arde.
Fahrenheit 451 foi adaptado a filme nos anos 60 por François Truffaut e foi usado como símbolo da oposição à censura e ao livre pensamento. O próprio Bradbury disse muitos anos mais tarde que não era tanto isso, mas uma obra sobre a forma como os media, e nomedamente a televisão, destruíam a leitura e os livros.
Foi o autor de Fahrenheit 451. Inventava mundos mas dizia que não escrevia ficção científicaO talento criativo e fantasioso de Bradbury permitiu à ficção científica ganhar dignidade como estilo literário, mas o escritor também quis desconstruir essa ideia. «Não sou um escritor de ficção científica. Só escrevi um livro de ficção científica, o Farhrenheit 451. Todos os outros eram fantasia. As fantasias são coisas que não podem acontecer, a ficção científica é sobre coisas que podem acontecer», repetiu várias vezes ao longo da sua vida.
Bradbury, que nasceu a 22 de Agosto de 1920, começou a escrever no final dos anos 30 e tem dezenas de obras publicadas, entre as quais alguns clássicos, como as «Crónicas Marcianas», de 1950. Escreveu romances, crónicas e contos, trabalhou em vários media e tem várias das suas obras adaptadas também a televisão.
retirado de Push