À medida que a invasão do Google+ continua, o Facebook está sentindo o calor causado por seu novo rival. Apesar da rede social da Mark Zuckerberg possuir mais de 700 milhões de usuários, algumas pessoas estimam que o novo site da Google pode atingir a casa dos 20 milhões já neste final de semana. Isso significaria um crescimento de mais 1 milhão de novos usuários por dia desde o lançamento do serviço, quando Zuckerberg pareceu ir para o ataque, alertando o mundo que sua empresa iria, em troca, anunciar “algo impressionante”.
Na conferência de imprensa realizada na semana seguinte, o CEO do Facebook protestou (talvez um pouco demais) dizendo que o seu site não estava preocupado com o incrível sucesso da rede social da Google. Mas os recursos anunciados naquele dia, incluindo a videochamada em parceria com o Skype e o chat em grupo, parecem claramente direcionados ao Google+. No entanto, essas novidades parecem não ter colocado fogo no mundo, como esperava Zuckerberg. O que o Facebook pode fazer para ganhar a multidão de volta?
O CEO do Facebook chamou a conferência de imprensa de “o início da temporada de anúncios", por isso o site com certeza ainda tem mais truques na manga para competir com o Google+. Mas que tipo de serviços o Facebook irá oferecer? E será que essas novas ferramentas realmente vão ajudar a manter o site no topo do mercado das redes sociais?
Segue abaixo uma lista de 5 coisas que o Facebook poderia fazer para competir com a força e possibilidades do Google+.
Faça novos Amigos
O Facebook certamente tem a vantagem agora quando o assunto é base de usuários, mas a companhia não pode apenas fingir que o Google+ vai seguir os passos dos antecessores Wave ou Orkut e morrer em silêncio.
Se as duas empresas se afastarem, os usuários frustrados por terem que se repetir e subir as mesmas fotos várias vezes vão acabar escolhendo a rede social mais nova em vez da velha e cansada. Como referência, é possível lembrar da batalha Facebook x MySpace entre 2004 e 2010 – com a diferença que dessa vez o Facebook está arriscado a cometer os erros do MySpace.
Em vez disso, o Facebook deveria deixar as diferença de lado e permitir que os usuários do Google+ importem seus amigos do Facebook. O site de Zuckerberg deve lidar com o Google+ da mesma maneira que lidou com o Twitter: permitindo que os usuários do Google+ compartilhem suas atualizações no Facebook e, em troca, abrir seu conteúdo para a rede da Google.
Imagine exportar seus amigos do Facebook para o Google+, organizá-los em Círculos menores e em um Círculo maior do “Facebook”, e então atualizar seu status no Google+ com a hashtag #fb (como o Twitter permite que você faça) para fazer com que o update apareça no seu feed de notícias do Facebook.
No final das contas, o Facebook iria facilitar um maior compartilhamento em seu site, ao receber atualizações do Google+ e do Twitter integradas em seu feed de notícias, o que ajuda na vida dos anúncios mais direcionados. E talvez com uma aliança mais “light” entre Facebook, Google+ e Twitter, os usuários possam construir redes sociais mais intrincadas – e nenhuma delas precisa morrer.
Construa um Ecossistema
O Facebook possui cerca de 700 milhões de usuários por uma razão: é funcional. Por mais que todo mundo goste de reclamar, o site tem muitos ótimos recursos – como o chat e eventos – que parecem difíceis de ficarem melhores em outro lugar. Mesmo assim, se o Facebook quiser sobreviver, precisa combinar diferentes recursos juntos de uma maneira que mantenha as pessoas no site.
Apesar de o Facebook ser uma ótima plataforma para muitas coisas, não é a parada obrigatória para serviços na web que o Google está se tornando rapidamente. Lembre que o Facebook e a Google estão competindo para ser destinos da rede “always on”. O problema com a abordagem modular do Facebook é que me dá muitas razões para sair. Muitas vezes me pego navegando fora do Facebook para alguns serviços essenciais que o site não fornece, ou fechando a janela quando já fiz minhas coisas na página.
E o Facebook não está de olhos fechados para o problema. Na conferência de imprensa da última semana, Zuckerberg falou de uma visão para o futuro em que o Facebook faria parcerias com outros sites para levar o compartilhamento pela rede. Mesmo que você esteja no Hulu, por exemplo, ainda estaria compartilhando no Facebook.
Mas eu gostaria de ter mais compartilhamento no próprio Facebook. O site precisa pensar em seus serviços não como apps modulares, individuais, mas como serviços conectados, da mesma forma que a Google. Os recursos grupos, chat e eventos estão começando a ganhar um pouco de integração, mas a gigante das redes sociais ainda tem um longo caminho antes que um usuário possa, por exemplo, organizar, criar e compartilhar um evento apenas no Facebook.
Livre-se dos Apps
Quando o Facebook lançou sua plataforma de Apps há alguns anos, parecia algo legal no início. Você podia adicionar vários dispositivos ao seu perfil, como um quiz de política, ou um app em que seus amigos podiam desenhar imagens suas. Para mim, a curiosidade passou rápido, e – com algumas poucas exceções – os Apps tornaram-se mais um incômodo do que um benefício.
A plataforma Apps permitiu algumas funcionalidades legais e úteis. Por exemplo, é possível fazer login em outros serviços, como StumbleUpon, usando sua conta no Facebook. E a plataforma permite que o usuário faça upload de fotos do seu computador para o Facebook, com o iPhoto (para Mac) – sem precisar entrar no site do Facebook.
Mas os incômodos superam os benefícios da plataforma atualmente (e como serviços como Flickr e Twitter mostram, você não precisa de algo tão grande quanto o Facebook Apps para fazer integração com outros apps e sites possíveis). Meu feed do Facebook está lotado de mensagens de amigos sobre o FarmVille. A qualquer hora do dia, sempre tenho vários pedidos e convites de apps esperando por mim.
Acima de tudo, os Apps tiram um pouco do que tornou o Facebook uma alternativa atraente ao MySpace em primeiro lugar. Em seus primeiros anos, o Facebook era um site limpo e bem desenvolvido que tornava fácil se conectar com as pessoas que você conhecia. A chegada dos Apps foi um golpe bem significativo. E apesar de o Google+ ainda precisar de alguns ajustes, ele já faz um bom trabalho em conseguir fazer algo pelo qual o Facebook era conhecido.
Concorra com o “Círculos”
Se a principal inovação do Google+ (até agora) são os chamados Círculos, e a ideia de que seu gráfico social não se resuma ao binário “amigo” ou “não amigo”, então o Facebook poderia competir de forma bastante rápida. O site de Zuckerberg já tem um recurso de Listas, apesar de poucas pessoas usarem. Na interface Amigos, você pode clicar em Gerenciar Lista de Amigos, e começar a dividir seu gráfico social. Você pode até colocar amigos em mais de uma lista, assim como pode colocá-los em vários Círculos no Google+. Atualmente, as Listas são controladas apenas para controlar quem pode ver determinadas partes do seu perfil. Você também pode enviar mensagens para uma lista, mas há um limite de 20 recipientes por mensagem.
Realmente, tudo que o Facebook precisa fazer é tornar o recurso de Listas mais proeminente e onipresente. Se o Facebook permitisse que posts na mural, compartilhamento de vídeo e fotos, convites de eventos e todos os outros níveis de compartilhamento fossem enviados para listas específicas, a companhia conseguiria essencialmente reproduzir a funcionalidade do Círculos. Obviamente, o Facebook gostaria de incitar os usuários a colocarem seus amigos em uma lista cada sempre que adicionarem um amigo, e toda a interface do Listas precisa de ajustes, mas esses são problemas que pode resolver a curto prazo. A tecnologia básica – a parte difícil – já é parte da plataforma.
Diminua as notificações
Facebook, eu e você tivemos algo bom por um tempo. Ao contrário do MySpace, você não tinha muitas crianças de 13 anos, não permitia texto com “brilho” ou papéis de parede bizarros nos perfis, e você facilitou o processo de entrar em contato com as pessoas que conheço há muitos anos.
Então de repente o meu feed de notícias ficou cheio de coisas com as quais não me importo.
Eu realmente não quero saber toda vez que meus amigos viram amigos de alguém que eu não conheço. Apesar de podermos esconder alguns amigos e apps para limpar a bagunça, as opções para isso ainda são limitadas. Ou eu posso esconder um único post ou apagar completamente para que a pessoa não apareça mais no meu feed de notícias. Por que não apenas dar a opção de esconder as notificações quando alguém muda sua foto de perfil, ou quando entram ou saem de um relacionamento?
Atualmente o Facebook tem muita bagunça, mas não ouso “silenciar” nenhum amigo porque não quero tirá-los de meu radar social. Dê-nos mais controle para filtrar o que vemos em nosso feed de notícias, e talvez, apenas talvez, eu volte para “cutucar” alguém. Até lá, o Facebook acabou para mim. Estou mudando para o Google+, a nova rede social atraente do pedaço.
Via IDG News