Sábado, 29.10.11
Hackers tentaram controlar satélites norte-americanos
Um relatório que está prestes a ser divulgado nos EUA revela que foram registadas tentativas de controlar satélites de organismos governamentais por hackers em pelo menos em quatro ocasiões diferentes

A informação surge num relatório, que deverá ser apresentado em Novembro no Congresso dos EUA, citado pela agência Bloomberg.

 

De acordo com o estudo as interferências ocorreram em quatro ocasiões em 2007 e 2008 e afectaram satélites utilizados para monitorizar o planeta Terra.

 

Nos quatro casos os hackers terão conseguido «efectuar todos os passos necessários para comandar os satélites» pertencentes à NASA e à US Geological Survey, durante períodos que duraram entre dois e 12 minutos, mas não o fizeram, refere o documento.

 

Segundo os autores do estudo «este tipo de interferências apresenta inúmeras ameaças potenciais, particularmente se forem lançadas contra satélites com funções mais sensíveis»,realçando que «aceder aos controlos de um satélite pode permitir a um atacante avariar ou destruir o satélite», assim como alterar ou manipular a informação enviada para a Terra, alertam.

 

Apesar de não referir quem poderá ter estado por detrás destes ataques, o relatório indica que este tipo de tácticas é semelhante ao que tem ocorrido recentemente e cujas provas apontam para a China.

 

Via Sol



publicado por olhar para o mundo às 17:07 | link do post | comentar

Quinta-feira, 20.10.11
O foguetão na base de lançamento
O foguetão na base de lançamento (ESA/Reuters)
Os dois primeiros satélites do sistema Galileu vão ser lançados quinta-feira, a partir da Guiana Francesa, na América do Sul, às 11h34 (hora de Lisboa). Os aparelhos integram o sistema de posicionamento geográfico, uma espécie de GPS europeu e serão transportados por um Soiuz – uma estreia na parceria entre russos e europeus que fez com que pela primeira vez um foguetão russo eja lançado fora dos dois cosmódromos utilizados por Moscovo.

É o primeiro grande teste do maior projecto espacial liderado pela Agência Espacial Europeia (ESA, em inglês) e pela Comissão Europeia, que terá um custo de 5,4 mil milhões de euros, dinheiro pago pelos contribuintes europeus. O sistema Galileu começou a ser pensado em 1999 como um projecto civil para terminar com a dependência europeia do GPS, o equivalente norte-americano, mas sob controlo militar, que permite a posicionar objectos na superfície terrestre. 

Segundo os especialistas, o Galileu vai ter um detalhe maior, permitindo por exemplo observar melhor o movimento na crosta terrestre ou o aumento do nível médio do mar. Os satélites conseguem medir a distância através do envio de micro-ondas para a Terra. O sistema vai ficar disponível gratuitamente.

O projecto viveu várias convulsões e atrasou-se dois anos. Em 2007 chegou a estar em risco: a Comissão Europeia teve de dar o passo em frente, assegurando o financiamento. Mas estima-se agora que a partir de 2014 o sistema esteja a funcionar e que no final da década atinja a capacidade plena, com os 27 satélites a girar em torno da Terra, em três órbitas circulares diferentes numa altitude de cerca de 23.000 quilómetros.

Para isso, os lançamentos têm de correr bem. Na comunicação social fala-se da segurança das máquinas russas, que desde a década de 1950 andam a lançar para o espaço satélites e cápsulas com humanos e têm a maior taxa de sucesso do mundo. Mas o foguetão Soiuz passou por um processo inédito. 

As peças foram transportadas da Europa para América do Sul e o lançador russo foi montado na Base Espacial da Guiana, numa réplica de 120 hectares do cosmódromo de Baikonur, no Cazaquistão, construída nos trópicos. O clima obrigou a ter cuidados suplementares, como a construção de um edifício para proteger o foguetão da temperatura, chuvas e humidade. O próprio veículo teve de ser maior para albergar os dois satélites.

Tanto a Europa como a Rússia viram vantagens nesta parceria. Os dois modelos de foguetões que a Europa costuma utilizar para colocar satélites em órbita e que são construídos pela empresa Arianespace, que detém a base na Guiana Francesa, não levam cargas de peso médio. 

Jean-Yves Le Gall, director executivo da Arianespace, disse à BBC News que para construir um novo modelo médio, a empresa iria gastar entre “três e cinco mil milhões de euros”. A despesa do Soiuz foi de cerca de “400 milhões de euros” e abre ainda a possibilidade, no futuro, de a ESA poder enviar astronautas para o espaço. Ao mesmo tempo, a parceria faz com que a indústria russa produza mais foguetões.

A missão acabou por acontecer na Guiana, permitindo que o veículo carregue ao todo três toneladas de equipamento - mais 1,3 toneladas do que se fosse lançado a partir do Cazaquistão. No equador a velocidade da rotação da Terra é superior às latitudes mais próximas dos pólos, o que torna o lançamento mais leve.

É esperado uma multidão a testemunhar o início de vida do sistema Galileu. Segundo um artigo na revista alemã Der Spiegel o primeiro-ministro russo Vladimir Putin estará presente, acompanhado por políticos, diplomatas, directores executivos de empresas, jornalistas e outras testemunhas.

 

Via Público



publicado por olhar para o mundo às 09:28 | link do post | comentar

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