Domingo, 13.11.11

O método de construção da cúpula tem sido um dos maiores mistérios da arquitectura
O método de construção da cúpula tem sido um dos maiores mistérios da arquitectura (DR)
Durante seis séculos foi um dos maiores mistérios da história da arquitectura mas agora, depois de um estudo de 30 anos, o arquitecto italiano Massimo Ricci garante ter desvendado o segredo sobre a técnica que Filippo Brunelleschi utilizou na construção da cúpula da Catedral de Florença, Santa María del Fiore. Brunelleschi utilizou técnicas diferentes na estrutura interna e externa da cúpula e o próprio criou falsas pistas na construção para despistar os possíveis investigadores.

“Brunelleschi achava divertido o facto de ninguém conseguir desvendar o seu segredo”, disse Massimo Ricci numa conferência em Florença, transmitida em directo no site da National Geographic. “Ludibriar, despistar, confundir as ideias, foi um rasto típico da personalidade de Brunelleschi”, continuou o especialista.

Construída nos anos 1420/1430, a cúpula da Catedral de Florença, um dos símbolos máximos da cidade italiana, foi a primeira obra do género, de grandes dimensões, construída sobre uma enorme base octogonal, desconhecendo-se até hoje o plano de construção. O arquitecto renascentista não só construiu um monumento robusto e imponente, como escondeu o truque que mantém a estrutura. 

Ao longo dos séculos foram vários os investigadores e arquitectos que tentaram perceber e até reproduzir a sua construção. A grande dúvida foi sempre descobrir como é que Brunelleschi conseguiu construir a enorme cúpula sem usar um suporte de madeira ou ferro. As teorias multiplicaram-se mas nunca com uma base científica credível, ao contrário do que aconteceu com Massimo Ricci, que apresentou esta semana os resultados da investigação “de uma vida”.

Dispostos em duas camadas diferentes e de duas formas diferentes, é a estrutura interna, que é a que aguenta o peso da construção, onde os tijolos foram dispostos na diagonal, “como a espinha de um peixe”, disse Ricci, explicando que “sem utilizar material metálico algum, como muitos estudiosos defenderam no passado, mas sim graças a um sistema de cordas que permitia calcular a posição e o angulo exacto a que cada tijolo devia ser posto”. Para esconder esta técnica, Brunelleschi ordenou que se marcassem os tijolos que ficavam à superfície com um risco, para deixar crer que tinham sido dispostos na vertical. “Um sistema único e nunca mais repetido na história”, garante. 

Estas foram as conclusões do estudo desenvolvido por Ricci que só foi possível através do recurso a uma sonda, que entrou na estrutura através de uma fenda aberta na cúpula. Desta forma, o arquitecto conseguiu ter acesso ao “coração” do monumento. A sonda conseguiu entrar na estrutura com uma profundidade de cerca de dois metros, permitindo a Massimo Ricci obter imagens endoscópicas nunca antes conhecidas. 

“Aquilo que eu pude verificar com um exame endoscópico na cúpula não contribui apenas para o conhecimento aprofundado da estrutura, como é também muito importante para intervir no seu restauro e consolidação. De facto, eu pude ver que os buracos estão em boas condições e isto é particularmente importante para a futura conservação desta obra-prima italiana”, disse ao La Repubblica o arquitecto. 

O arquitecto e professor Massimo Ricci começou a estudar a construção da cúpula em 1975, ambicionando tornar-se no primeiro investigador a descobrir o método de construção de Filippo Brunelleschi. Em 1984 construiu uma réplica da cúpula à escala de 1:5 e desde então tem vindo a publicar vários artigos científicos na área.

Massimo Ricci é ainda presidente da associação “Ser Filippo Brunelleschi” e em Novembro de 2002 foi nomeado membro do Fórum Mundial da Unesco como especialista no restauro de monumentos. 

 

Via Público



publicado por olhar para o mundo às 10:45 | link do post | comentar

Quarta-feira, 24.08.11
A nova espécie de levedura foi isolada nas florestas da Patagónia, na América do Sul

Durante cinco séculos, o segredo da fermentação das cervejas de tipo lager, geralmente claras, resistiu às investidas de quem que o tentava desvendar. Tudo o que se sabia até agora é que, nas caves e nos mosteiros da Baviera, na actual Alemanha, onde os mestres cervejeiros guardavam as bebidas, uma nova levedura se tinha fundido por acaso com a espécie utilizada há milhares de anos na produção de cerveja e daí resultou uma cerveja mais clara, leve e fermentada a temperaturas baixas

Que levedura era essa foi agora revelado por cientistas portugueses, argentinos e norte-americanos, na revista Proceedings of the National Academy of Sciences.

Ao fim de seis anos de investigação, a equipa descobriu que o antepassado selvagem da levedura da cerveja lager ainda vive nas florestas da Patagónia. Portanto, no século XV, quando os europeus começaram a transportar pessoas e mercadorias de um lado para o outro, através do Atlântico, uma espécie de levedura da América do Sul viajou milhares de quilómetros, quem sabe se num pedaço de madeira ou no estômago de uma mosca-da-fruta, e acabou por ir parar às caves e mosteiros da Europa Central. Ao fundir-se com a levedura até aí usada, numa feliz coincidência que muitos agradecem hoje, deu origem a um híbrido, que permitiu a fermentação da cerveja a temperaturas baixas.

“Os cientistas sabem, desde há muito, que a levedura cervejeira é um híbrido que resultou da fusão de duas espécies de levedura. No entanto, apenas uma delas era conhecida – aSaccharomyces cerevisiae, que há milhares de anos produz o vinho, leveda a massa de pão e fermenta a cerveja ale”, explicou o microbiólogo José Paulo Sampaio, do Centro de Recursos Microbiológicos da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa, citado pela agência Lusa. “A segunda espécie, responsável por um conjunto de características que permitem a fermentação a baixas temperaturas, permaneceu durante décadas um enigma, porque aparentava ser claramente distinta das mais de mil espécies de leveduras conhecidas”, acrescentou o cientista.

“A fusão destas duas leveduras, evolutivamente estão tão separadas como o homem e a galinha, terá ocorrido nos fermentadores de cerveja lager, num processo de selecção artificial promovido pelos mestres cervejeiros”, referiu ainda José Paulo Sampaio, que liderou a equipa. 

“Ao longo da história fomos domesticando plantas, como o trigo e o milho, e animais, como o boi e o cavalo. O mesmo aconteceu com os micróbios: neste caso, se entendermos como decorreu o processo de domesticação, e avaliando as diferenças entre o micróbio selvagem e o micróbio domesticado, podemos perceber melhor a natureza das alterações associadas à domesticação e usar esse conhecimento para melhorar ou diversificar os alimentos produzidos por microrganismos”, acrescentou o investigador.

“A lager surgiu na Baviera no século XV, no final do século XIX já era muito apreciada e tornou-se, desde então, na técnica mais popular de produção de bebidas alcoólicas, com mais de 250 mil milhões de dólares [173 mil milhões de euros] de vendas globais em 2008”, refere o artigo que, entre os portugueses, é ainda assinado por Elisabete Valério e Carla Gonçalves, também do Centro de Recursos Microbiológicos. 

A nova espécie de levedura, que a equipa baptizou com o nome científico Saccharomyces eubayanus, nunca foi encontrada noutra região da Terra além da Patagónia. “Há décadas que se anda à procura desta coisa. E agora encontrámo-la”, realçou, por sua vez, um dos autores norte-americanos do estudo, o geneticista Chris Todd Hittinger, da Universidade Wisconsin-Madison. “É claramente a espécie perdida”, disse, citado num comunicado da universidade. 
Se esta levedura existe noutra região na natureza, ainda ninguém a encontrou. Agora, que se conhece a verdadeira identidade genética por detrás da cerveja saboreada por tantos, por cá com a alcunha de “loirinha”, os cientistas querem perceber o caminho feito por esta levedura há 500 anos. Vai uma cerveja fresquinha?

 

Via Público



publicado por olhar para o mundo às 17:24 | link do post | comentar

Terça-feira, 15.02.11

Receita da Coco cola

 

A “receita” secreta da bebida mais famosa do mundo foi revelada. Para fazer um litro de Coca-cola basta ter ingredientes como extracto líquido de folha de coca, óleo de noz-moscada e néroli. Os coentros também são necessários para produzir o sabor 7X que entra na composição do xarope que dá o toque especial à bebida.

 

A descoberta foi feita pela pelo This American Life, um programa de rádio semanal de uma hora, que é transmitido pela Chicago Public Radio, e que encontrou a fotografia da receita na edição de 18 de Fevereiro de 1979 do jornal "Atlanta Journal Constitution", em Atlanta, a cidade de John Stith Pemberton, o homem que inventou a fórmula da bebida em 1885.

Pemberton era farmacêutico e voltou da Guerra Civil viciado em morfina. Para tentar resolver o seu vício fabricou uma bebida alcoólica que tinha coca nos seus ingredientes chamada Pemberton's French Wine Coca. Mais tarde, devido às pressões contra as bebidas alcoólicas, o químico refez a receita sem álcool, mas manteve a coca na sua composição. Nasceu assim a Coca-cola.

O artigo sobre a Coca-cola da edição de 1979 do jornal de Atlanta recebeu pouca atenção na altura, mas os produtores do programa da rádio, explica a revista "Time", dizem que ninguém se apercebeu que a fotografia que ilustrava o artigo continha a receita. Segundo a rádio, a receita foi passada à mão, a partir da original de Pemberton, por um amigo do farmacêutico, e estava escrita num livro com receitas de produtos medicinais e unguentos, com uma capa de couro, que foi copiada por amigos e família durante gerações.

A versão actual da Coca-cola continua a conter extracto de folhas de coca, mas já sem a componente activa da planta.

A receita:

Extracto líquido de folha de coca: 11,07 mililitros (mL)
Ácido cítrico: 90 mL
Cafeína: 30mL
Açúcar: 30 (medida desconhecida)
Água: 9,46 L 
Sumo de lima: 0,946 L
Baunilha: 28,35 gramas
Caramelo: 42,525 gramas (a quantidade pode ser maior para dar cor)

O sabor secreto 7X (usa-se 60mL do sabor 7X por 18,927L de xarope)

Álcool: 240 mL
Óleo de laranja: 20 gotas
Óleo de limão: 30 gotas
Óleo de noz-moscada: 10 gotas
Coentros: 5 gotas
Néroli (extracto de flor de um citrino "parente" da laranja): 10 gotas
Canela: 10 gotas

 

Via Público



publicado por olhar para o mundo às 21:35 | link do post | comentar

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