O fim do sinal analógico e a transição para a Televisão Digital Terrestre, que começa a 12 de Janeiro e acaba a 26 de Abril, não podia calhar em pior altura. Muitos dos portugueses que não têm televisão por cabo e compraram o seu aparelho antes de 2009 - geralmente os que têm menor folga financeira, onde se incluem muitos idosos - terão de pagar um aparelho descodificador. São 77 euros mais IVA, com reembolso de 22 euros pela PT para os pensionistas com menores rendimentos e algumas pessoas mais desfavorecidas. Uma coisa chocante para os senhores da ANACOM: 55 euros é muito dinheiro para quem tenha reformas abaixo dos 300 euros ou para quem esteja desempregado. Pior: quem tenha um televisor sem tomada de interface SCART ou HDMI terá mesmo de comprar uma televisão nova ou um modulador de sinal RF, não comparticipado. E não podemos esquecer todos os que vivem nas zonas não cobertas pela TDT (cerca de 13% da população) que terão de de usar o satélite.
Não ponho em causa as vantagens da TDT para a modernização do sector. Mas elas não se farão sentir, de forma evidente, para a maioria dos consumidores. O sinal poderá ser melhor mas continuarão, apesar da despesa, a ter direito aos mesmíssimos quatro canais do costume.
Se a transição tecnológica não traz serviços novos e relevantes porque têm de ser os cidadãos a pagá-la? Parece, a quem tenha alguma noção das situações dramáticas que se vivem, no meio desta crise, por este país fora, que esta é uma despesa prioritária para as famílias? Se obrigam as pessoas a isto não seria normal darem-lhes qualquer coisa em troca? Um exemplo: se já pagamos a RTP nos nossos impostos não seria uma boa solução aproveitar as potencialidades da TDT e oferecer no pacote gratuito os restantes canais da televisão pública? Porque temos de pagar duas vezes (nos impostos e na subscrição por cabo) a mesma coisa?
A Televisão Digital Terrestre mais conhecida como TDT possibilita a um grande número de empresas de telecomunicações e de lojas de eletrodomésticos angariar um maior número de receitas. Por vezes estas mesmas receitas são obtidas de forma não clara e com claro ênfase para uma politica menos transparente para idosos e pessoas mal informadas. Este texto permite identificar as escolhas mais acertadas. Antes disso, para saberes como o TDT começou e o que é necessário recomendo a leitura do artigo de TDT no site do Tomé Mendes.
Existem duas formas de obter a TV Digital com 4 canais. A primeira comprando um descodificador. Os mesmos estão disponíveis por valores inferiores a 100EUR uma vez ou em alternativa 10.49EUR todos os meses. As duas opções que recomendo são:
No caso de ser uma casa que tenha cobertura GPON do Grupo PT torna-se vantajoso a nível tecnológico usar o MEO. O produto mais barato sem box’s são de 24.99EUR com 70 canais ou 32.19 com 80 canais e telefone ilimitado nacional e internacional para 50 destinos apenas à noite todos os dias. Na Clix também existe o pacote de 90 canais com chamadas ilimitadas para a rede fixa nacional por 31.99EUR.
No caso de não existir cobertura, a opção deve ser o pacote da ZON TVCabo denominado de TALK+HD com 102 canais e chamadas ilimitadas (no site não foi possível verificar condições internacionais) por 32.19EUR.
Estas foram as melhores opções. Continuamos nós, o grupo de pessoas mais atentas, sem saber como é que a Cabovisão continua distanciada destas necessidades e a Clix continua com preços acima da média. A decisão é fácil: mudar com o vento ou ser levada com o vento.
Rui
Via Rui Cruz
A população mais carenciada vai beneficiar de um programa de apoio do Governo, que prevê a aplicação de mais de 10 milhões de euros na comparticipação de aquisição de descodificadores do sinal de Televisão Digital terrestre (TDT), anunciou esta terça-feira, em Alenquer, o administrador da ANACOM.
"Está previsto que 50 por cento do valor do descodificador sejam subsidiados até um máximo de 22 euros", adiantou Eduardo Cardadeiro à margem de uma sessão de esclarecimento à população, em Alenquer, uma das três zonas piloto do país escolhidas por problemas técnicos existentes.
O preço de venda dos descodificadores no mercado situa-se entre os 35 e os 200 euros. O programa de apoio abrange pessoas que beneficiam do Rendimento Social de Inserção, reformados e pensionistas com rendimentos até 500 euros mensais, pessoas portadoras de deficiência que tenham acima dos 60 por cento de capacidades reduzidas ou instituições consideradas de valia social.
Via CM