Quem nunca passou os olhos pelo horóscopo que atire a primeira pedra! E como até agora não apanhei com nenhum pedregulho em cima, acho que chegou a altura de revelar aqui na Vida de Saltos Altos o lado mais poético do zodíaco... pela mão, nada mais, nada menos, de dois homens.
Mas antes disso deixo claro que não me dou ao trabalho de ler as previsões diárias da Maya - sem qualquer desprimor pela senhora - nas revistas ou nos programas da manhã. Nem muito menos acho que a astrologia é um veredicto que torna todos os peixes nuns "preguiçosos lamechas" ou os leões nuns "vaidosos egocêntricos". As pessoas, antes de serem signos, são pessoas. Mas que tem piada observar as características comuns em pessoas totalmente diferentes, lá isso tem. (Mais piada ainda tem observar os homens que usam a astrologia como método de engate, em tentativas baratas de impressionar o mundo dos saltos altos... é cada vez mais comum, mas fica para outro post).
Chamem-me o que quiseram (o meu lado de carangueja ficaria um bocadinho magoado com ofensas, mas o ascendente em sagitário responder-vos-ia de língua afiada... pelo que é melhor não o fazerem!) mas gosto, e muito, de astrologia. É como brincar aos legos: as peças encaixam de múltiplas formas e cada construção - neste caso de personalidades - é uma construção. Já fiz a carta astral e fiquei encantada. Perguntam vocês: em que é isso contribuiu para a minha felicidade? Bom, numa análise feita pela rama, em muito pouco. Já a minha curiosidade (como costumo dizer: "curiosity killed the Cosme") ficou saciada. E quem não gosta de satisfazer a sua (curiosidade, entenda-se!)?
Sei que muita gente estará neste momento a fazer o típico comentariozinho "Txxii, que pimbalhada!". Mas e se eu vos dissesse que a astrologia em vez de pimba pode ser uma coisa bem poética? Que as carneirinhas, capricornianas, sagitarianas e por aí fora serviram de inspiração para uma série de doze poemas de um dos músicos mais respeitados do outro lado do oceano? E que inspiraram um respeitado fotógrafo inglês?
O resultado foi um artigo, no mínimo, lindíssimo publicado na revista "Vogue". As caraterísticas das mulheres dos doze signos do zodíaco foram retratadas pelos fotógrafo Tim Gutt e descritas com a audácia e delicadeza do eterno Vinicius de Moraes... Dado que o poeta se casou nove vezes, calculo que ele sabia (e bem!) o que estava a escrever nestes poemas.
Mesmo que não admitam curiosidade, partilho convosco as imagens... mas dizem-me os astros que muitos do leitores deste blogue não vão resistir a dar uma espreitadela. Estarão certos?