Esta não é a primeira acção contra a campanha publicitária da Benetton. O Vaticano anunciou que iria proceder judicialmente contra a divulgação da fotomontagem em que o Papa Bento XVI aparece a beijar o imã da mesquita Al-Azhar no Cairo, e essas imagens acabaram por ser retiradas. Também Barack Obama já criticou, através do seu porta-voz Eric Schultz, o uso da sua imagem para fins comerciais. Obama aparece em dois anúncios, a beijar Hu Jintao e o Presidente venezuelano Hugo Chávez.
A China, no entanto, foi mais além. Resolveu “apagar” a imagem de Hu Jintao a beijar o homólogo norte-americano e baniu de várias redes sociais os comentários sobre a campanha da empresa italiana de roupa, segundo o El País. Mais: quando os cibernautas chineses pesquisam no motor de busca Baidu, o mais usado no país, também não encontram o “beijo impossível” da campanha através da qual a Benetton apoia a Fundação Unhate (deixe de odiar, em tradução livre). Na parte superior do ecrã é referido que alguns conteúdos não podem ser mostrados por questões legais.
Alguns cibernautas tiveram ainda tempo de comentar a campanha da Benetton na rede social Sina Weibo, mas o que escreveram acabou por ser censurado. Em órgãos de informação como a agência Xinhua, o China Daily ou o Global Times também não se encontra qualquer referência.
A marca italiana, cujas campanhas publicitárias são habitualmente polémicas, escolheu para os novos anúncios vários “beijos impossíveis”, como os “trocados” entre Obama e Chávez, a chanceler alemã Angela Merkel e o Presidente francês Nicolas Sarkozy, os líderes da Coreia do Norte e da Coreia do Sul ou o presidente da Autoridade Palestiniana Mahmoud Abbas e o primeiro-ministro israelita Benjamin Netanyahu.
Via Público