Violência e miséria extrema colocam o Afeganistão como o local mais perigoso do mundo para as mulheres, seguido pela República Democrática do Congo, a "capital das violações".
O pior local do mundo para se nascer mulher é o Afeganistão, seguindo-se a República Democrática do Congo, o Paquistão e a Índia. A lista da fundação Thomson Reuters foi ontem divulgada.
Cuidados de saúde, violência sexual, violência não sexual, fatores culturais e religiosos, falta de acesso a recursos e tráfico foram os seis critérios levados em conta na TrustLaw Woman , a lista dos locais mais perigosos do mundo para as mulheres.
O Afeganistão surge no topo por se destacar em três destes critérios: a violência perpetrada por parte de funcionários do Estado, assistência médica e condições de vida miseráveis.
A República Democrática do Congo (RDC) surge a seguir devido, sobretudo, aos números tremendos de violência sexual registados no ocidente do país, uma zona fracamente controlada pelas autoridades.
Mais de 400 mil mulheres são violadas anualmente na RDC, números que levaram as Nações Unidas a qualificar a região como a "capital mundial das violações".
A descrição dos ativistas dos direitos humanos é brutal. Referem que os grupos de milícias atacam mulheres de qualquer idade, de bebés de três anos a mulheres idosas. As mulheres são violadas por grupos, violadas com baionetas e com armas disparadas contra as vaginas.
"As estatísticas da RDC são claras sobre a situação: guerra em curso, recurso à violação como arma, recrutamento de mulheres soldados que são usadas como escavas sexuais", afirmou Clementina Cantoni, da missão da ECHO, departamento de auxílio humanitário da Comissão Europeia.
Situação que ocorre também no rescaldo da guerra que ocorreu entre 1998 e 2003 na RDC, um desastre humanitário que causou a morte de 5,4 milhões de pessoas.
O Paquistão ocupa o terceiro lugar, sobretudo, devido às práticas brutais, com base em rituais tribais e religiosos, que incluem queimar mulheres com ácidos, casamentos forçados de crianças, punições físicas e apedrejamentos de mulheres.
Mais surpreendente é que a Índia, um país em vias de se tornar numa superpotência económica, apareça em quarto lugar. Uma posição que se deve ao elevado número de infanticídio feminino e tráfico sexual.
Via Expresso